Marília

Contas Rejeitadas – Servidores querem apurar gastos de Sindicato

Assembleia tumultuada em junho, no fim da greve, marcou racha de servidores e sindicato
Assembleia tumultuada em junho, no fim da greve, marcou racha de servidores e sindicato

Um grupo de servidores municipais rachados com a direção do sindicato da categoria em Marília começou a discutir medidas para investigar os gastos da entidade após a rejeição de contas da atual diretoria durante uma assembleia.

O movimento, que começou com os 15 trabalhadores que participaram da votação em que as contas foram rejeitadas, quer envolver a categoria na discussão, inclusive avaliando eventuais medidas como levar o caso para o Ministério Público ou órgãos de fiscalização do Ministério do Trabalho.

A articulação, que começou logo após a assembleia que rejeitou as contas, já provocou uma reunião, realizada na noite da sexta-feira. O resultado do encontro não foi divulgado.

Participam do movimento servidores da educação, saúde e garagem, que estavam na Assembleia, mas já há indicações de profissionais de outras áreas de serviços municipais.

Os dissidentes atraem servidores que não puderam ir à assembleia, que foi o estopim do movimento. Convocada no domingo em final de semana prolongado pelo feriado de terça-feira, a reunião foi marcada para às 9h, horário em que a maioria dos servidores está em trabalho e não poderia participar da discussão.

Mas a manobra foi um tiro pela culatra. A direção do sindicato, comandado por Mauro Cirino, funcionário do Daem, também não conseguiu atrair aliados, teve sete votos na assembleia contra 15 dissidentes. As contas de 2013 e 2014 e a projeção e gastos pra 2016 foram rejeitadas.

A categoria envolve quase 5.000 servidores e o Sindicato apresentou nos últimos dois anos uma elevação de receitas que projetam faturamento superior a R$ 1 milhão em três anos.

O racha com a categoria começou logo após a greve dos servidores em junho deste ano. Após a maior paralisação da história da categoria, com 35 dias de greve, protestos que fecharam avenidas, o Sindicato fechou acordo em uma reunião à noite, sem divulgação nenhuma.

A direção levou para assembleia no dia seguinte uma visão pessimista, uma orientação para desmobilizar os grevistas e a categoria saiu da greve sem reajuste e com obrigação de repor dias parados, inclusive com trabalho aos finais de semana a feriados.