A correção monetária e os juros aplicados sobre as dívidas negociadas entre a Prefeitura de Marília e o Ipremm (Instituto de Previdência do Município) superaram os valores pagos pela prefeitura em contratos de renegociação das dívidas em 2019.
Em 12 meses do ano passado, a prefeitura pagou R$ 15 milhões em parcela. A correção da dívida passou dos R$ 16 milhões.
Os dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira em uma audiência pública virtual na Câmara de Marília.
O resultado é que após um ano de pagamento das dívidas parceladas, a prefeitura terminou 2019 devendo mais do que começou. E estes números tratam apenas das dívidas já renegociadas.
As novas dívidas, que ainda esperam autorização de parcelamento, já somavam em dezembro de 2019 o valor de R$ 118 milhões. Além dos pagamentos mensais pela dívida, o rombo do Ipremm obriga a prefeitura a gastar todos os meses com suplementação de verbas para pagar aposentados e pensionistas.
Os números reforçam o discurso oficial de que a dívida é impagável. A prefeitura ensaia desde a gestão passada, do ex-prefeito Vinícius Camarinha, uma proposta de reorganização do instituto, que ganhou força a partir da reforma nacional da previdência social.
Estão previstas mudanças nos pagamentos feitos pela administração, na alíquota de descontos dos salários e medidas que devem exigir mais tempo e novas regras para concessão de aposentadorias.
A presidente do Ipremm, Mônica Silva, 2019 foi o ano mais difícil na história do Instituto e mesmo com a crise ainda foi possível adotar medidas de reorganização administrativa. Ela disse que o Daem faz “um esforço sobre-humano” para os pagamentos.
“Não sobram recursos para aplicar. Fizemos uma conta, se tivéssemos R$ 2 milhões para aplicar por mês teríamos uma performance de investimentos com R$ 30 milhões por ano”, afirmou.