Marília

Corrente de fé e comoção na despedida à Lígia Tucunduva

Corrente de fé e comoção na despedida à Lígia Tucunduva

O sábado pós Natal começou com mensagens de fé e comoção nas redes sociais em Marília. Familiares, amigos e conhecidos publicaram manifestações de adeus à gestora comercial Lígia Tucunduva Matiolli, 32, centro em uma corrente de torcida nos últimos cinco meses, ampliada por uma entrevista emocionante no início deste mês, em que falava sobre sua luta contra leucemia mielóide aguda. Era uma inspiração em determinação e confiança.

Lígia, casada e mãe de dois filhos descobriu a doença há pouco mais de cinco meses, após uma sequência de situações de fraqueza que levaram a um desmaio. Lígia estava na fila do transplante de medula, em processo de análise de compatibilidade no Hospital Amaral Barreto, de Jaú.

“A Lígia era uma pessoa muito gente boa. Realmente, era muito querida. Perdeu a mãe e isso a deixou muito triste. Depois veio a doença. Muito triste. Estava lá quando ela foi fazer a primeira internação na Santa Casa. Não sabia como consolá-la. Nem eu tinha as respostas. Lembro que disse que era doença de criança e que o exame deveria ter dado o resultado errado. Ahhh. Antes fosse”, disse a amiga Sarah Aukar.

Sarah, que também integra o grupo Terapeutas do Sorriso, de palhaços voluntários que atuam com visitas a pacientes internados, lembra de encontros com Lígia na Santa Casa. Mas Lígia foi inspiradra para outros grupos e pacientes. Sua luta foi destaque em reportagem a TV Sol, transmitida pelo Canal 13 da TV a cabo em Marília.

Cada postagem, cada notícia de amigo sobre a morte e a luta de Lígia recebeu uma série de comentários, palavras de emoção e de sentimentos de perda, especialmente porque Lígia mostrava determinação em rejeitar a tristeza

“É um tratamento sofrido, é um tratamento bem agressivo. Porem o que move a gente é fé. Se não tiver fé não suporta este tratamento”, disse na entrevista.

A leucemia mieloide aguda (LMA) inicia na medula óssea e se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas (blastos) que não amadurecem, não desempenham sua função e ainda se acumulam na medula óssea, interferindo na produção normal de outras células sanguíneas.

A decisão sobre transplante envolve série de critérios como características da doença, quadro, idade do paciente e riscos. E mesmo quando é definido, envolve doses altas de quimioterapia, com o intuito de destruir a medula doente. E ainda assim, na entrevista divulgada há dez dias, Lígia esbanjava otimismo.

“Triste jamais. O tratamento é sofrido é agressivo, porem se você desistir não chega a lugar nenhum. Sem luta não há vitória.”

A luta pra Lígia terminou neste sábado. A fé que ela mostrou na entrevista foi repetida nas mensagens dos amigos. Lígia será velada no Parque das Orquídeas, onde será sepultada às 17h30.