Marília

CPI vai intimar Nelsinho, Vilela e ex-secretários para explicar rombo do Ipremm

Vereadores Mário Coraíni, Zé Luiz Queiroz e Mauríciop Roberto, integrantes da CPI – Câmara de Marília/Divulgação
Vereadores Mário Coraíni, Zé Luiz Queiroz e Mauríciop Roberto, integrantes da CPI – Câmara de Marília/Divulgação

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga rombo nas contas do Ipremm em Marília deve intimar para depoimento ex-secretários da Fazenda responsáveis pelas contas da prefeitura durante fases de calotes ao instituto.

A lista de nomes divulgados pela CPI inclui os ex-secretários Osvaldo Vilela Filho, Nelson Virgílio Grancieri, o Nelsinho, Adelson Lélis da Silva (2011 e 2012), na gestão de Mário Bulgareli.

Também serão chamados Gabriel Silva Ribeiro (final 2012), que foi assessor do ex-prefeito Ticiano Toffoli; Sérgio Moretti (2013 a 2016), secretário na gestão de Vinícius Camarinha, e o atual secretário da fazenda, Levi Gomes, um dos responsáveis pela auditoria que mostrou o rombo milionário no Ipremm. A lista foi divulgada após os últimos depoimentos de ex-dirigentes do Ipremm, ouvidos nesta quarta-feira.

Nelson Rodrigues de Mello, que foi comandou o instituto de novembro de 2012 a março de 2013 e Nilma de Oliveira Nunes, que exerceu o cargo de setembro de 1997 a outubro de 2012, apontaram situações de omissão e descaso com as contas do Ipremm.

“Nunca houve preocupação dos gestores (prefeitos) com o Ipremm”, disse Nelson, que atribuiu o caos financeiro do instituto “à falta de compromisso dos ex-prefeitos em relação aos pagamentos das cotas patronal e dos segurados”.

Mello também ocupou o cargo de supervisor de finanças do instituto, justamente na época em que o Banco Central realizou intervenções em quatro administradoras de fundos de aplicações onde o Ipremm investia, com perda de R$ 3 milhões.

“À época, éramos orientados pela empresa de consultoria financeira, Di Matteo, de Rio Claro (SP), que também monitorava as reações financeiras de mercado. Nós avaliávamos a aplicação e passávamos ao conselho de administração que aprovava e encaminhava para a aprovação da presidência do Ipremm”, disse.

O ex-presidente entregou à CPI, um relatório de índices de rendimento, feito pela empresa de consultoria Di Matteo, onde ele afirma constar que, no período em que foram iniciadas, estas aplicações eram viáveis.

Mello também declarou que, após ser constatado o prejuízo com as aplicações, ele foi “cedido irregularmente” para atuar na Emdurb entre  abril de 2014 e fevereiro de 2015.

Ainda segundo Nelson Mello, os dois prefeitos com quem trabalhou, Mário Bulgareli (PDT) e Ticiano Toffoli (PT), tinham total conhecimento sobre o caos financeiro, mas também deixaram de repassar alguns pagamentos ao instituto. Nilma Nunes afirmou  ter comunicado ao Ministério Público sobre a dívida da prefeitura com o Ipremm mas que “nunca recebeu uma resposta”.

“Quando a prefeitura parou pagar a cota patronal, fiz uma representação no Ministério Público, informando o caso e oficiei a prefeitura. O MP nunca respondeu a essa representação”, disse a ex-presidente. 

O relator da CPI, vereador José Luiz Queiroz (PSDB), declarou que houve negligência e omissão dos ex-prefeitos, em relação ao Ipremm. “Já podemos apontar, de forma preliminar, que houve negligência e omissão, quanto à importância de manter em dia todos esses repasses”, afirmou o relator.

Os próximos depoimentos deverão ocorrer nos dias 29 de novembro, 6, 13 e 14 de dezembro, a partir das 14 horas, na sala Nasib Cury, no prédio da Câmara de Marília.