Uma onda de postagens com denúncias de golpe, acusações de preconceito e o lançamento da campanha “lu me representa”, tornou pública nos últimos dias uma crise interna com troca de mensagens e acusações no Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher. No centro da crise está uma divisão entre proteger ou não o mandato da atual presidente, Luciana dos Santos, a Lu Santos.
A campanha, com fotos de mulheres segurando cartazes com a tag, já ganhou também apoio de homens, com mensagens, comentários e até imagens em defesa de Luciana. Algumas das postagens acusam preconceito.
A frase para a campanha é resposta a um documento que teria circulado – e que chegou a amigas da presidente – com uma campanha para mudanças com argumentos como “ela não me representa”. Nem a campanha e nem a presidente divulgam dados sobre a divulgada tentiva de golpe. Não há informações de onde partiu e de que forma é divulgado e estimulado.
Lu Santos está fora dos perfis tradicionais de dirigentes em órgãos ligados à prefeitura. Líder comunitária, estudante de Ciências Sociais na Unesp e técnica em nutrição, é ativista de movimentos negros, valorização da periferia e em movimentos sociais e políticos, na maioria das vezes em oposição à administração municipal, à qual o conselho é ligada.
O órgão, que completa 20 anos em 2016, passou a maior parte deste tempo sob presidência da ex-delegada da Mulher em Marília, Rossana Camacho, que cumpriu três mandatos na função e hoje integra o Conselho Estadual da Mulher. Procurada pelo Giro, Lu Santos não quis falar sobre a crise, a campanha ou de onde viriam as acusações.
“Solicito a sua compreensão por não me manifestar. Como presidente do Conselho da Mulher tenho a responsabilidade de preservar a representação de todas as conselheiras. No momento oportuno fico a disposição para conversamos inclusive sobre as ações de Políticas Publicas do Conselho da Mulher”, disse em resposta ao pedido de entrevista.
Criado pela Lei municipal 4216 de 1996, o Conselho Municipal é vinculado diretamente ao gabinete do prefeito e tem como objetivo deliberar, normalizar, fiscalizar e executar políticas públicas, bem como subsidiar a administração municipal nas questões relativas aos direitos da mulher.
O conselho é formado por 16 titulares e 16 suplentes, representantes de várias entidades civis e governamentais que vão desde a Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher até entidades de profissionais liberais; clubes de serviços; Conselho de Associação de Moradores e sindicatos.