Reajuste salarial só se o governador Geraldo Alckmin ajudar a pagar e a nova jornada de trabalho a ser iniciada nesta semana está confirmada.
São estas as rsspotas da diretoria às duas principais reivindicações dos funcionários do complexo Famema, que ameaçam entrar em greve a partir do dia 13.
Segundo a direção do complexo, toda a gestão depende de recursos do Governo do Estado. As informações estão em mensagem enviada ao Giro com respostas aos pedidos de reajustes e revisão da mudança de jornada (veja a íntegra da resposta abaixo).
O Sindicato dos Trabalhadores tenta um acordo para reajuste desde abril. A data-base da categoria foi 1º de junho.
Os trabalhadores fazem assembleia na quinta-feira, dia 2, para discutir os rumos da campanha salarial, mas está aprovada indicação de greve a partir do dia 13.
A falta de repasses do governo do Estado para pagar o último reajuste salarial – algo em torno de R$ 700 mil por mês – é aontada como uma das causas do rombo nas contas do complexo,
A Famema anuncia um rombo superior a R$ 8 milhões – não ha número exato – e entre os resultados da crise estão perda de equipes terceirizadas de radioterapia e anestesiologia, redução do atendimento em pediatria, falta de medicamentos e material de uso diário e atrasos em alugueis.
A falta de recursos também compromete a manutenção de equipamentos. Com pane no setor de lavanderia, o Hospital das Clínicas foi obrigado a contratar uma lavanderia particular, o que vai representar alto gasto pontual e temporário, mas sem data definida para acabar.
Veja as informações da Famema:
GIRO MARÍLIA – O Sindicato convocou greve e diz que desde abril tenta acordo com a instituição. Qual a posição da Famema? Que reivindicações pode atender?
FAMEMA – Reajuste salarial ou qualquer reivindicação que decorra em recurso financeiro estão atrelados a repasses do Governo Estadual. O Complexo Famema não tem outra forma de fomento, apenas pelos repasses de custeio ou convênios específicos através de Secretarias Estaduais, principalmente a do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde.
GIRO MARÍLIA – O sindicato acusa mudança de jornada com geração de custos extras. Porque a medida foi tomada? Como a mudança vai melhorar atendimento e ajudar as contas?
FAMEMA – Alterações de jornadas de trabalho estão previstas no acordo coletivo em vigência e tais alterações não geram custos extras. A medida visa melhor atendimento aos pacientes, beneficiando também os funcionários, com jornadas menos exaustivas, melhores condições de trabalho, menor risco de acidentes de trabalho e qualidade da saúde ocupacional. A medida vem de encontro à solicitação do próprio sindicato.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sinsaúde) promoveu ação civil coletiva, apresentando com um dos pedidos, o fim da realização de horas extras no Complexo Famema. Na audiência realizada no dia 16 de março de 2015, entre representantes da Fundação Municipal de Ensino Superior de Marília (Fumes) e do Sinsaúde, ficou decidido nos autos da ação que, a contar desta data, no prazo de seis meses, as horas extras serão limitadas em até 48 horas mensais nos termos do acordo coletivo em vigência, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 a onerar os cofres da Instituição ou seus representantes legais.
A medida da ação civil coletiva do Sinsaúde atinge todos os funcionários, inclusive os que cumprem jornada de 8h, 6h ou 12×36.
GIRO MARÍLIA – A Famema já recebeu alguma informação sobre a auditoria do governo na instituição?
FAMEMA – A Secretaria de Estado da Saúde constituiu comissão para a realização de Auditoria no Complexo Assistencial Famema. A Direção do Complexo Famema acredita ser bastante oportuna para que a pasta compreenda o funcionamento da Instituição.