O curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Marília (Unimar) irá desenvolver as campanhas publicitárias do Projeto de Combate ao Racismo, que está sendo realizado pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, ligado à Secretaria de Direitos Humanos de Marília. O objetivo é fomentar o respeito à diversidade e divulgar o novo canal de denúncias, o Disque 100.
De acordo com o Secretário Municipal de Direitos Humanos, Wilson Damasceno, a equipe está entusiasmada para levar a campanha e contribuir com a população mariliense. “A Campanha foi desenvolvida com a intenção de levar a conscientização sobre a descriminação racial. Para isso, buscamos a parceria com a Universidade de Marília, que está sempre apoiando as atividades sociais de forma excelente, para a divulgação deste trabalho, em que visamos construir na sociedade uma nova cultura de respeito à igualdade racial. Estou muito feliz com esta parceria e, com certeza, os alunos vão criar campanhas que vão contagiar a população de Marília”, ressalta.
O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial foi criado há dois anos, com o objetivo de propor diretrizes de ações governamentais, em âmbito municipal, sobre políticas da igualdade racial com ênfase na população negra, cigana, indígena e outros segmentos raciais e étnicos da população brasileira, vítimas de racismo, preconceito e discriminação racial.
De acordo com a Vice-presidente do Conselho, Marilis Custódia de Lima Machado, a campanha realizada em parceria com a Unimar vai expandir as atuações do grupo e facilitar a discussão. “Uma das nossas maiores dificuldades é obter dados sobre a real necessidade, para podermos combater a desigualdade racial em Marília. O primeiro passo, será a divulgação do Disque 100, canal para a denúncia de racismo. Com estes números, vamos conhecer a necessidade da nossa população e poder criar ações de combate. Estamos muito felizes com esta parceria, acreditamos que vai nos proporcionar grande alcance, pelo trabalho exercido pela Unimar que é extremamente rico e competente”, conta.
Ainda segundo Marilis, todos os integrantes do Conselho estão muito felizes e dispostos a pôr a mão na massa. “O que a gente quer é uma consciência de igualdade racial e que as pessoas comecem a olhar as diversidades que formam a nossa sociedade de forma respeitosa. A gente sempre fala: a pessoa não precisa aceitar, mas sim respeitar a escolha do outro. Queremos trabalhar com a conscientização e esperar que, aos pouquinhos, a mudança aconteça na nossa sociedade para que ela não seja tão endurecida e tão radical como é atualmente”, destaca.
A Campanha de Combate ao Racismo conta também com o suporte do Núcleo Integrado de Pesquisa e Extensão (NIPEX). Para a coordenadora, a docente Walkiria Martinez Heinrich Ferrer, há grande necessidade do esforço constante para a consolidação dos Direitos Humanos. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. É de suma importância que tragamos para a realidade local, importantes discussões realizadas nas mais diferentes regiões do mundo de combate ao racismo”, explica.
De acordo com o Assessor de Relações Internacionais do Departamento de Relações Internacionais (DRI), Juan Orellana, é motivo de orgulho fazer parte deste Projeto. “É uma grande honra colaborar com o projeto, porque a gente percebe que são preceitos dos direitos universais do cidadão, sendo importante que todos estejam engajados, tanto os cursos de graduação, pós-graduação e os departamentos, de fato, a Instituição como um todo, lutando para o combate do racismo”, ressalta.
A parceria se dá pela atuação dos acadêmicos do curso de Publicidade e Propaganda com o desenvolvimento das ações publicitárias. A Coordenadora do curso, a docente Débora Massarollo Ottoboni, ressalta que está sendo uma grande oportunidade de atuação prática.
“Os acadêmicos, primeiramente, vão criar uma peça publicitária divulgando o Disque 100, que vai ser o canal para denúncia de racismo e injúria social. Depois, serão criados personagens para representar a diversidade de raças e, em cima disso, realizaremos um concurso para que a sociedade escolha o nome. Nosso objetivo é fazer um trabalho amplo sobre o racismo, acompanhando todo o planejamento do conselho e acompanhando a repercussão na cidade. Para a gente, é um prazer e uma honra estar participando deste projeto incrível”, detalha.
Ainda segundo Débora, a experiência também contribui com a formação humanitária. “É extremamente importante integrar os acadêmicos em lutas tão fundamentais, porque acreditamos que para formar profissionais com responsabilidade, cidadania e ética, é preciso ter a experiência de um trabalho social. Quando o conselho veio até nós, para falarmos da Campanha, aceitamos sem pensar, porque é uma causa extremamente importante”, finaliza.