Marília

Daem terá presidente e vice multifunções; impasse revela crise interna

Daem terá presidente e vice multifunções; impasse revela crise interna

O Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) deverá passar a ser gerido por um presidente e um vice-presidente multifunções, com obrigações que passam por questões técnicas, controle de obras, diretrizes de abastecimento, gestão financeira e administrativa.

Os cargos estão em projeto que a Prefeitura de Marília enviou nesta quinta-feira à Câmara e que estabelece ainda algumas funções gratificadas para que supervisores possam acumular funções com benefícios nos vencimentos.

Todo o processo de ajustes nos últimos seis meses – até a elaboração do projeto enviado ao legislativo – resultou em revelações de uma crise interna que envolve o departamento, a prefeitura e até a Câmara de Marília.

Disputa de poder, indicações políticas em confronto com propostas de técnicos e especialistas, demora em tomar decisões e até tentativas de empresas intervirem nas decisões são alguns dos capítulos deste enredo. O problema é que ao final o Daem não sai da crise melhor.

Pelo contrário. Envolto em diferentes pressões – inclusive com propostas de terceirização ou entrega à Sabesp – o Departamento sai dividido e desarranjado.

O ajuste legal adaptado vai exigir demais dos dirigentes e análise mais comum é que dificilmente os indicados terão condições de atender todas as necessidades – independente quem sejam os nomeados.

O ideal – inclusive para adequar o Daem às exigências judiciais – seria a formação de uma estrutura permanente de servidores para a gestão técnica das diretrizes políticas e prioridades de cada administração.

A justificativa oficial para manter a estrutura engessada é a falta de condições para contratar mais servidores. A primeira iniciativa oficial foi elaborar um projeto de novos caros de nomeação.

Mas a proposta teria chegado até o Ministério Público e a resposta de que o “arranjo” resultaria em novas ações judiciais inibiu a medida. O Daem não teria a estrutura que precisa e está longe da organização ideal.

Terá o que pode ter neste quadro e os nomeados ainda vão conviver com as dificuldades dos impasses e pressões políticas. Enquanto isso, vai gerir em torno de R$ 60 milhões em projetos de obras de esgoto, além de todo o compromisso com o abastecimento da cidade e a evolução dos serviços.

INTERINOS

Enquanto a nova estrutura arranjada não entra em funcionamento, o Daem segue em gestão do interino, no caso a supervisora de Licitação, Lilian Maria Forin.O Diário Oficial do Municiípio traz hoje duas portarias da interina para acomodações internas de gestão, com reorganização de supervisores.  Nenhum deles ganha um tostão a mais para segurar o rojão enquanto o ajuste é votado e aprovado. E não é só isso. A própria indicação dos interinos envolveu disputas, pressões e intervenções. Até para cargo sem salário tem briga.