O advogado Alexandre Sala, que representa o prefeito Daniel Alonso em casos particulares, entregou à Corregedoria do Ministério Público um conjunto de documentos sobre atuação do órgão em uma reunião de quase duas horas com o corregedor Alexandre Sampaio Santana, que esteve na cidade entre segunda e sexta-feira.
O encontro é a formalização de uma postura que a defesa de Daniel adotou a partir de uma onda de denúncias protocoladas contra Daniel – são pelo menos sete casos de improvidade ou violação aos princípios administrativos – desde outubro do ano passado. Envolvem desde de contratos de baixo valor, com dispensa de licitação, a grandes ações como a perda de oito toneladas de carne da merenda e aditivos ao contrato de coleta e destinação do lixo hospitalar.
A defesa de Daniel já havia feito uma manifestação de que os casos representam atuação com “com dois pesos e duas medidas” e que as administrações anteriores não sofreram a mesma pressão de denúncias e investigações em situações semelhantes.
O corregedor esteve na cidade para acompanhar o andamento do trabalho tanto no Ministério Público Federal quando nas promotorias de Justiça estaduais.
O encontro, realizado em um hotel da cidade na tarde da sexta, teve poucas testemunhas e terminou com a entrega de documentos. Segundo o advogado, são informações sigilosas e os detalhes não podem ser divulgados. Sala afirmou apenas que considera “situações isoladas” dentro do MP em Marília e seriam problemas de um servidor e não do órgão, para o qual fez muitos elogios.
Segundo o advogado, os apontamentos não citam nome de nenhum promotor em especial e tratam das situações em que houve as denúncias e de casos semelhantes sem acusações.
Mas a onda de ações tem base na Curadoria de Proteção ao Patrimônio Público, onde atua o promotor Oriel da Rocha Queiroz, responsável pelas sete ações protocoladas desde o ano passado, inclusive com pedidos de perda dos direitos políticos, o que provocaria perda do mandato de Daniel.
A última delas, apresentada em abril deste ano, quebra esse conceito. No mesmo caso estão denunciados Daniel, o ex-prefeito Vinícius Camarinha, ex-secretários da administração anterior e pelo menos um da atual por contratos para coleta e destinação de lixo hospitalar.