Marília

Daniel muda e recorre por chamamento na Saúde: 'emprego em risco'

Daniel muda e recorre por chamamento na Saúde: 'emprego em risco'

Cinco dias depois de anunciar que iria anular o processo de chamamento para contratação de uma organização destinada a gerenciar o programa Saúde da Família, a Prefeitura de Marília anunciou nesta quarta-feira que vai insistir no modelo já iniciado e paralisado por ordem do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

A mudança de discurso e medidas, uma situação cada vez mais comum na prefeitura, foi apresentada em um comunicado que une informações e respostas a ataques políticos contra a administração. Segundo o comunicado, a decisão é justificada para manter empregos dos trabalhadores que já atuam no programa da saúde.

O chamamento deveria promover uma sessão pública em 30 de julho para procedimento de contratação. Atualmente o serviço é prestado pela Maternidade Gota de Leite, em contrato que já foi questionado judicialmente.

Mas o conselheiro Edgar Camargo Rodrigues, do TCE, suspendeu o procedimento para atender uma representação da Gota de Leite contra o novo chamamento.

A Gota apresentou diversos questionamentos, mas o TCE usou apenas um para suspender o processo: a exigência de que a empresa vencedora incorpore pelo menos 70% dos trabalhadores vinculados ao sistema atualmente.

Segundo o comunicado, em nome do prefeito Daniel Alonso, a representação coloca “em risco os trabalhadores”. “A representação no Tribunal de Contas questionou diversos itens do edital e todos foram afastados pelo conselheiro julgador, restando apenas um: aquele que garantia a sucessão trabalhista, ou seja, a preservação dos empregos. Um tiro no pé”, disse Daniel.

Segundo a nota, o Procurador-Geral do município, Alysson Alex Souza e Silva, afirma que a Prefeitura irá recorrer da decisão até ver esclarecida a questão que mais impacta para os trabalhadores.

Veja abaixo a íntegra do comunicado distribuído nesta quarta

O prefeito Daniel Alonso afirmou lamentar que uma representação da Maternidade Gota de Leite para suspensão do Chamamento Público, que visa contratar OS (Organização Social) de saúde para o PSF (Programa Estratégia Saúde da Família), tenha colocado em risco os trabalhadores.

A representação no Tribunal de Contas questionou diversos itens do edital e todos foram afastados pelo conselheiro julgador, restando apenas um: aquele que garantia a sucessão trabalhista, ou seja, a preservação dos empregos. Um tiro no pé.

Prefeito Daniel Alonso mobilizou a Procuradoria do Município para reverter a situação e concedeu entrevista para rebater fake news, politicagem, distorções e “miragens” que tentam confundir funcionários e a população.

A sucessão, ou sub-rogação proposta pelo prefeito, é apoiada, inclusive, pelos sindicatos que representam os médicos e enfermeiros do Estado de São Paulo. Entidades já mantiveram diálogos com o município e pediram a manutenção dos empregos.

O edital publicado pela prefeitura prevê que a entidade vencedora da concorrência (seja a Gota ou qualquer outra) deverá manter no mínimo 70% dos trabalhadores atualmente vinculados ao programa, chegando a até 100%. Isso daria grande garantia de emprego aos que servem à população nas 37 USFs e programas de apoio.

Porém, com o recurso da Maternidade, a insegurança passou a vigorar. O Procurador-Geral do município, Alysson Alex Souza e Silva, afirma que a Prefeitura irá recorrer da decisão até ver esclarecida a questão que mais impacta para os trabalhadores.

“A sub-rogação dos contratos, ou sucessão trabalhista, é um recurso muito comum em casos como esse. Os trabalhadores não podem ser prejudicados. É importante lembrar que o chamamento deve ser feito a cada cinco anos. Sem essa garantia, todos ficam numa situação muito vulnerável. Não há qualquer irregularidade”, disse o procurador.

O que a Gota está discutindo, acrescenta Alysson, é a sub-rogação dos contratos de trabalho. “Tal situação somente irá prejudicar os empregados da saúde. Vamos recorrer”, enfatizou.

CHAMAMENTO É LEI

“O chamamento somente está sendo realizado em decorrência de decisão da Justiça Federal. A acusação de que o chamamento está sendo feito ‘meio escondido’ é leviana. A lei manda ter concorrência, transparência, probidade”, disse o prefeito.

TRANSPARÊNCIA

O prefeito lembra que os pedidos de habilitação de várias OS, incluindo todas as que estão instaladas em Marília (Santa Casa, Gota de Leite e Hospital da Unimar) demonstram a transparência e seriedade no certame.

A expectativa é que o ponto específico que trata da sub-rogação seja esclarecido e não haja embaraços ao novo chamamento. A meta, conforme o prefeito Daniel, é melhorar a qualidade do serviço prestado, assegurando os empregos e garantindo que os recursos sejam priorizados com as melhores práticas de gestão para as USFs.“