O afastamento do delegado Luciano Menin da Operação Miragem, que o deputado estadual Abelardo Camarinha tentou na Justiça e não conseguiu, vai acontecer mas por outros motivos.
O policial que fechou rádios e investiga escândalos na cidade foi promovido e vai assumir o posto de Delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado no Mato Grosso do Sul.
A promoção, que acompanha uma reestruturação da PF naquele estado, foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (6). Não está definida data de afastamento definitivo do delegado.
Luciano Menin também integrou a força tarefa da Operação Lava Jato, responsável pela investigação do maior escândalo político e econômico do país, e esteve cotado para ser transferido para Curitiba em 2017.
Ele foi nomeado para o novo cargo pelo superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Luciano Flores, que nem tomou posse mas reorganiza o chamado ‘alto escalão’ da PF em Mato Grosso do Sul.
Luciano Menin acumula operações de sucesso no combate ao narcotráfico e em agosto de 2016 coordenou o lançamento da Operação Miragem, que incluiu buscas e apreensão na Prefeitura, escritórios políticos e endereços residenciais do deputado Camarinha e seu filho, o ex-prefeito Vinícius Camarinha.
A atuação da Operação, que em agosto fechou as rádios Diário FM e Dirceu AM e em janeiro de 2017 lacrou o jornal Diário, encaminha novos procedimentos, que podem envolver o chamado “gabinete paralelo” da prefeitura durante a gestão de Vinícius.
Documentos apreendidos pela PF indicam que no mesmo prédio onde a família Camarinha mantém escritórios políticos funcionava um grupo de acompanhamento da gestão municipal, com documentos de contratos e licitações.
O deputado Camarinha protocolou no STF reclamações contra a atuação do delegado com pedido de acesso a dados das investigações. O pedido foi rejeitado pela Justiça.