Marília

Dentista de Marília enfrenta condomínio e vizinhos para atender crianças especiais no PR

Dentista de Marília enfrenta condomínio e vizinhos para atender crianças especiais no PR

O odontopediatra Edson Higa, de Marília, virou centro de uma polêmica no Paraná depois de ser multado pelo condomínio em que fica sua clínica porque vizinhos reclamam do barulho feito por crianças especiais em atendimento.

O caso ganhou repercussão quando os pais dos pacientes decidiram reagir e fizeram um protesto em frente ao prédio. Para agravar a situação, um homem identificado como advogado do condomínio, agrediu equipes de jornalistas que acompanhavam a manifestação.

As famílias denunciaram preconceito e outros crimes na conduta do condomínio, que inibe o atendimento às crianças. O apoio chegou a Marília. Profissionais da cidade repercutem informações sobre o caso e pedem que as mensagens de apoio sejam ampliadas para que mais autoridades conheçam a situação.

Higa, formado na Unimar, é uma referência no atendimento às crianças. Um profissional que faz massagem, brinca, senta no chão com os pacientes – crianças com transtorno do espectro autista, paralisia cerebral ou outras condições especiais de saúde -.

As reações às vezes envolvem situações de mais barulho, como choro alto. Vizinhos reclamaram e já chegaram a bater na janela do consultório durante atendimento, um susto para Higa e a criança no procedimento.

O condomínio comercial multou o dentista em R$ 322 e ameaçou com punições que podem chegar a dez vezes esse valor. Edson Higa enviou uma representação ao Ministério Público.

“Eles choram e isso é normal. Fizeram [condomínio] uma pressão para silenciar minhas crianças. Uma vizinha de cima chegou a bater na minha janela enquanto atendia uma criança de dois meses. Fiquei muito assustado na hora”, disse o dentista. Em redes sociais ele postou a mensagem: “jamais silenciarei minhas crianças”.

O dentista já havia denunciado situações graves de desrespeito com as crianças. Em uma delas, o porteiro proibiu que a mãe de uma paciente usasse a garagem para descer com a filha, que não fica sentada por problema no quadril.

Embora a garagem tivesse sobra de vagas pelo sábado, o porteiro orientou a deixar a criança no local e sair. “Deixar onde? No chão, pois a Amandinha não senta. Como assim, deixar a criança na garagem sem a mãe e ir estacionar…”, questionou.

Veja abaixo um vídeo com parte do protesto em apoio ao dentista