Marília

Descontrole ajuda a enterrar dois casos sobre desvio de bens em órgãos da prefeitura

Descontrole ajuda a enterrar dois casos sobre desvio de bens em órgãos da prefeitura

Duas investigações administrativas abertas pela Corregedoria do Município de Marília para investigar apontamentos de desvios em bens da administração foram arquivadas e os relatórios divulgados nesta quarta-feira deixam atestados de descontrole que ajudaram a enterrar a apuração.

Embora não tratem de grandes valores ou impacto direto em serviços, os dois casos envolvem denúncias de condutas graves.

Em um, houve o desvio de carnes, roupas, e outros produtos do atendimento social na Fumares. Em outro, a denúncia apontou de desvio de combustível com revenda de produto e servidores em cargo de confiança e faltaram dados para apurar de forma devida. Os dois casos ocorreram em 2022.

Na Fumares foram extraviados oito pares de sapatênis; cinco quilos  de  linguiça; 25 quilos de músculo bovino/ 30quilos de carne no corte patinho do sete; 11 cremes hidratantes; 14 calças jeans/sarja/brim; dez camisas polo e 13camisetas.

A Fumares informou que ‘como qualquer  controle  de  estoque  sempre  acaba ocorrendo uma divergência de informações’ e que a cada consumo a retirada era registrada em uma prancheta para depois abastecer bando de dados.

O almoxarifado fica trancado, mas as chaves ficam em um painel com acesso a todos os servidores e eventualmente a usuários. E a apuração não conseguiu identificar a data exata em que o desvio ocorreu.

“De igual modo, ao ouvir as testemunhas ficou constatado que o controle de  estoque  da  unidade  social  também apresentava problemas, o que também pode ter influenciado na relação de bens que eventualmente desapareceram.”

DIESEL

O outro caso começa com denúncia de que um servidor fazia desvio de óleo diesel retirado de máquina para revenda a estabelecimentos comerciais. Dizia que ‘a chefia teria conhecimento’ e mais: o chefe foi promovido.

A denúncia não indicou quem seria o comprador. A Corregedoria pediu à Secretaria de Agricultura cópias de ordens de serviços ou registros que demonstrassem os serviços executados pelo servidor acusado.

“Não possuímos documentos sobre ordens de serviços, pois todos os serviços que realizamos em áreas rurais são de competência desta Secretaria, desta maneira temos o entendimento que não necessitamos comprovar o serviço executado”, foi a resposta.  

Nova requisição e nova resposta evasiva: “Quanto ao controle dos serviços  ou  horas trabalhadas, esclarecemos que não possuímos documentos.”

A comissão entendeu que a Secretaria “não adota medidas de controle” e “não é possível estabelecer parâmetros que permitam deduzir se o consumo de combustível relatado nos meses de julho a setembro/2022 é condizente com as operações da máquina ou se parte do combustível teria sido desviado.

“Constatou-se que tampouco existem registros básicos dos serviços realizados pelos servidores ou mesmo dados simples como os horários e locais onde os trabalhos foram efetuados.”