Uma carta organizada por docentes e assistentes de ensino na Famema (Faculdade de Medicina de Marília) vai pedir a revisão da demissão de seis docentes da instituição, promovida em novembro deste ano, e de um previsível corte de pelo menos 50 outros profissionais. O documento acusa “desmonte do projeto pedagógico”.
“Dessa vez foram seis docentes, partes essenciais, indispensáveis, inerentes a metodologia que a Famema optou e tanto se orgulha. Da mesma forma adiantamos nossa preocupação em relação a lista da Famar (Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina de Marília), com mais de cinquenta profissionais a serem demitidos.”
A carta também aponta que “os profissionais e instituições que tomaram a decisão de demissão” talvez não conheçam a realidade da Famema. Os cortes seriam determinação da secretaria Estadual de Desenvolvimento, responsável pela gestão da Faculdade.
Os docentes estão contratados com base em um termo de colaboração do Estado com a Famar, que serve de apoio nas contratações para manutenção da Famema, e deve ser encerrado em 2022.
A secretaria autorizou contratação de temporários, que devem substituir os atuais contratados até que um concurso seja realizado.
O documento critica a proposta de substituição por temporários – “no período de um ano seria impossível capacitá-los a contento para assumir os espaços deixados por esses professores” – lembra os desafios desde a estadualização da Famema e o bom desempenho da instituição no Enade, o que estaria ameaçado.
“Desde a estadualização em 1994, a Famema vem passando por percalços frente a sua estrutura, o que tem gerado muitos contratempos…Ao longo do tempo, isto gerou certa sensação de orfandade e com consequentes problemas estruturais, organizacionais e, de identidade. Apesar disso tudo, a FAMEMA nota 5 no último ENADE, para seus dois cursos.”
Além dos docentes e assistentes, a demissão e a previsão de mais cortes mobiliza estudantes, médicos, enfermeiros, profissionais da saúde em diversas áreas e diferentes coletivos criados em torno da faculdade.
A polêmica chegou à Assembleia Legislativa, onde o deputado Carlos Giannazi fez um pronunciamento em que ataca o desmonte da faculdade e o tempo em que a solução para a Famema se arrasta no governo. Desde 1994 a faculdade espera encampação por uma universidade do Estado.