Marília

Despedida a padre Pio tem missas, fiéis e memórias da vida dedicada à comunidade

Despedida a padre Pio tem missas, fiéis e memórias da vida dedicada à comunidade

Fiéis, religiosos, amigos e moradores de várias regiões da cidade fazem desde a manhã deste sábado a despedida ao padre Pio Milpacher, 98 anos, falecido na sexta-feira, com uma história de atuação pela comunidade na zona norte.

Além de celebrações rotineiras, a paróquia de São Judas terá missa exequial às 16h30, que deve provocar grande movimentação de pessoas. Nascido na Itália, Pio chegou ao Brasil em 1967 e a Marília em 1978 a convite do bispo diocesano Dom Daniel Tomazella. Atuava na comunidade de Santa Marta, no Rio de Janeiro.

Veio para assumir a paróquia de São Sebastião, já uma instituição de atendimento a comunidade de baixa renda e em meio a muitas demandas sociais. No mesmo ano reuniu 12 voluntários para a aquisição de terrenos para a construção da capela São Judas Tadeu. Em pouco tempo foram nove lotes.

O projeto da capela nasceu junto com o do Centro Comunitário, que virou uma referência em atendimento social, inicialmente com mães e grupo de terceira idade e depois com atendimento a jovens.

Levou à construção de uma escola e em seguida a um programa com apoio do governo do Estado pioneiro de atendimento no contra turno, com café da manhã, merenda matutina, almoço e merenda da tarde.

Desenvolveu profissionalização, atendimento integral, autoestima, incentivo a estudos e até cuidados pessoais. A suspensão do programa oficial em 1993 provocou uma grande mobilização e o Centro Comunitário se tornou base para manutenção do atendimento.

Em 1995 recebeu título de Cidadão Mariliense na Câmara. O mundo político não era estranho ao padre. Autor do livro O Governo dos Povos, foi citado em diferentes publicações, discursos, cursos e debates políticos e jurídicos.

O trabalho na Congregação de Jesus Sacerdote também deu frutos, levou a instalação de unidades em Barretos e Osasco, para onde o padre se deslocou e decidiu 17 anos de trabalho. Fez lá também um trabalho de construções, de obras físicas e sociais.

Mas retornou a Marília e ao Santuário São Judas, que se tornou sua casa definitiva. A ligação foi tão forte que mobilizou organização de obras e registros para que fosse feita uma sepultura especial destinada a receber o pároco quando já apresentava problemas de saúde.

É lá que Padre Pio vai ficar a partir das 18h deste sábado. Para sempre ligado à comunidade que adotou, expandiu e onde atendeu tantas pessoas.

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