“Não tem jeito,
O tempo vai virar
Olhei pro céu,
Senti o vento,
E esse vento é de mudar
Não tem sol que não se acabe,
Nem temporal que não pare,
Eterno enquanto durar
Estamos em movimento,
Dançamos conforme o vento
E esse vento é de mudar”
Música: Vento de Mudar
Composição e intérprete: Dan Sonora
E então bate um vento forte, desfazendo estruturas, tirando coisas importantes do lugar, o que estava bem arrumadinho fica desarrumado, o lugar de antes já não existe, é preciso reencontrar outras possibilidades, cenários e sentires.
Por vezes a vida nos convida a momentos desafiadores os quais exigem desfazer-se de coisas e relações as quais tínhamos como certas para reconstruir-se sob diferentes perspectivas. Diante de um desafio que exige grandes mudanças, tudo o que se precisa é de uma decisão, de um primeiro passo, de um segundo passo, de um terceiro, quarto, quinto e assim por diante, um pequeno grande passo por vez. Quando não se sabe bem o que e como fazer comece do passo pequeno, fazendo o que é possível um pouco a cada dia.
Conflitos e situações difíceis trazem diversos sentimentos à tona, tais como medo, ansiedade, angústia, desespero, inseguranças, raiva, ressentimentos, entre outros, com isso a tendência da mente é entrar em estado de constrição (fechamento), é como se as perspectivas desaparecessem, a sensação é que não existe nenhum caminho possível, mas isso não é necessariamente uma realidade, talvez não exista mesmo caminho a partir da perspectiva que se conhece/está, pois a situação-problema aparece trazendo justamente a necessidade de mudar tal perspectiva, portanto saiba que existem outros ângulos para serem visitados e reconhecidos, é preciso ampliar os repertórios e recursos internos/externos.
Nesses momentos é importante não perder de vista as partes e o todo, é preciso transitar nessas nuances, pois se o foco estiver somente no caminho todo isso pode gerar cansaço, desespero e desistência, se o foco estiver somente na parte, desintegrada do processo, perde-se de vista os movimentos necessários e os objetivos podendo gerar perda de força no caminho, aos poucos ele se torna vago e sem sentido, mas quando nos relacionamos com o todo e com as partes desse todo integradas, não perdemos de vista os “porquês” e “para quês”, as mudanças que precisam ser realizadas, ao mesmo tempo compreendendo que será necessário realizar a travessia um passo por vez, no tempo e ritmo possível, com constância, consciência, atenção, responsabilidade, discernimento e orientação.
Lembrando que constância não quer dizer que o processo será linear e que não haverá momentos de se perder, equívocos, cansaço e até mesmo tropeços, mas se houver atenção, responsabilidade e flexibilidade é sempre possível retomar e seguir orientado para o que está buscando realizar e mudar.
Hora e outra o tempo vira e nem sempre iremos compreender por que a tempestade chegou, tem coisas que permanecem sem explicação concreta ou a compreensão virá com o tempo, com o processo, mas demandam movimento imediato, queiramos ou não por vezes o que resta é aceitar o convite que a tempestade traz, convite a um novo jeito de ser e caminhar pela vida, pela própria história. Busque ajuda e suporte se necessário.