O Diário de Anne Frank, relatos do cotidiano de uma jovem alemã de família judia morta em campo de concentração nazista em 1945, é um dos livros mais acessados por jovens internos na Fundação Casa de Marília.
O livro resgata as histórias contadas pela menina do momento em que ganha o Diário até o início da ofensiva nazista na Holanda, onde vivia com a família, e sua reclusão em um esconderijo.
Anne ganhou o diário como presente no 13º aniversário, em 1942. A família já havia deixado a Alemanha para fugir da perseguição nazista. As primeiras postagens começam otimistas. Mudam com avanço da guerra, da pressão, do esconderijo e perdas.
“Tanto o livro como a versão em quadrinhos dessa história estão quase sempre emprestados”, disse a agente educacional Célia Oliveira Martin, que atua o local.
O diário disputa preferencia com temas mais leves e de sucesso recente no cinema, como Diário de Uma Paixão e Amor para Recordar, de Nicholas Sparks.
As informações estão em relatório da Fundação sobre o movimento da biblioteca na unidade, inaugurada em 2017.
São registrados perto de 50 empréstimos e renovações semanais, segundo o documento, entre 2.500 exemplares no acervo.
Além dos clássicos e obras populares, a biblioteca da Fundação Casa tem como destaque a montagem de ambiente com apoio dos internos.
Eles atuaram desde a pintura do ambiente até a adesivagem das prateleiras, que se tornou ponto de referência sobre o espaço.
“Os livros foram todos catalogados por gênero e identificados por cores de acordo com a sua prateleira, facilitando assim sua devolução. Essa prática já ficou estabelecida, o que facilita em muito a organização”, destacou a agente.
O espaço da Biblioteca também dá suporte a outras ações. Uma delas é o Projeto “Letramento Literário”, que consiste em um misto de roda de leitura, clube do livro e apresentação de títulos de forma lúdica para os adolescentes.
Outra iniciativa são as aulas de reforço. “Inclusive, a Biblioteca está amplamente associada à área escolar. As aulas e estudos complementares também acontecem nesse espaço, sempre respeitando o nível de escolaridade e os estágios individuais de aprendizagem”, destacou Célia.
A agente destacou envolvimento de outros servidores na evolução do serviço e agradeceu ao diretor do Casa, Claudenilson Santos Cruvinel e à coordenadora pedagógica, Erika Cristina Acorce.