Marília

Dirigente da Acim defende Selic "conservadora" mas espera queda e mudanças

Dirigente da Acim defende Selic "conservadora" mas espera queda e mudanças

O superintendente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Marília, José Augusto Gomes, avaliou recente comportamento do Governo Federal prevendo que a economia vai demorar a reagir, mas os indicadores estão bem mais claros nessa direção, o que já demonstra algo mais seguro para os empreendedores.

“O Governo poderia promover um corte maior do que 1 ponto porcentual na taxa básica de juros, mas a postura mais ‘conservadora’ faz sentido em um momento de incerteza”, disse o dirigente mariliense ao citar a necessidade da aprovação de reformas, como a da Previdência, e aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que influenciam no comportamento da economia de forma direta.

Para José Augusto Gomes o Copom tinha espaço para fazer cortes maiores na Selic, pois a redução de 1 ponto porcentual já era esperada. “O corte poderia ser maior, mas a decisão não foi um erro”, comentou o superintendente da Acim que monitora o comportamento econômico do País.

“Não sabemos o que vai acontecer nos próximos meses com a aprovação das reformas, como a da Previdência, com os desdobramentos da Lava Jato e como a economia vai se comportar com tudo isso”, completou. Ele acreditar em futuros cortes da taxa, dependendo dos acontecimentos políticos.

“A ideia é estender o ciclo de redução de juros até o fim do ano”, apontou. “Não há muito mais a ser feito para tentar reaquecer a economia além do corte de juros”, sugeriu ao apontar a criação de Postos de Trabalho como o próximo trabalho. “Depois vem a diminuição da carga tributária”, sinalizou.

Na análise do superintendente da ACI de Marília a taxa de juros real continua alta, mas em tendência de queda. “Os especialistas trabalham com uma expectativa de Selic entre 8,5% e 9% até o fim do ano”, disse o dirigente mariliense.

Para ele, isso só será possível porque o Banco Central não cedeu ao mercado e primeiro resolveu que a inflação teria de estar dentro da meta ainda neste ano.

“As críticas de que o corte deveria ter começado antes, em agosto de 2016, foram muitas”, lembrou ao admitir que a reação ainda deve demorar, mas os indicadores estão bem mais claros nesse sentido – tirando o desemprego, que ainda deve aumentar e chegar a 13,5% ou 14%, antes de começar a estabilizar.

Para José Augusto Gomes o Governo estava sendo otimista demais, ao prever que a economia reaqueceria mais cedo. “Acredito que os dirigentes do Governo imaginavam um cenário mais favorável e uma parte do mercado achava que o PIB voltaria a crescer em 2016”, argumentou.

“Mas, dada a quantidade de erros feitas nos últimos anos, não é de se estranhar que demore”, lamentou ao verificar medida que são lentas e que o tempo tem sido o maior obstáculo para o crescimento.

“Toda vez que chegamos num equilíbrio, aparece um fato que desestabiliza”, afirmou o superintendente da associação comercial local que garante fatos políticos atrelados na economia. “Estes dois setores estão muitos ligados”, ressaltou ao lembrar que qualquer que seja a decisão econômica tomada, é a decisão política que influencia.