Marília

Docente de Psicologia da Unimar alerta sobre os perigos da ansiedade no período de Isolamento Social

Docente de Psicologia da Unimar alerta sobre os perigos da ansiedade no período de Isolamento Social

Há um mês, o isolamento social transformou o relacionamento familiar, o contato com amigos, o formato de trabalho e de estudo, as rotinas e até mesmo a simples ida ao mercado. O período de quarentena é uma das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para evitar a propagação da Covid-19, mas nestes dias é fundamental cuidar também da saúde mental, evitando prejuízos futuros.

De acordo com a docente do curso de Psicologia da Universidade de Marília, Marina Cristina Zotesso, é extremamente importante ter um enfoque à saúde mental para não adoecer. “Eu percebo que as pessoas ficaram muito doentes no último mês, porque existe um ‘outro tipo de vírus’ que está dentro de algumas casas, que é decorrente da falta de higienização metal. Ao pensarmos em prevenção ao Covid-19, precisamos fazer de forma plural, unindo os aspectos físicos, seguindo as orientações da OMS, e aspectos psicológicos e comportamentais”, ressalta.

Ainda segundo a docente, a ansiedade, principalmente neste momento de pandemia, pode gerar inúmeras complicações do ponto de vista psicológico comportamental. “Um dos principais sintomas da ansiedade generalizada pode começar a ser desenvolvido por conta do isolamento e possui sintomas muito próximos ao Coronavírus. Desta forma, a pessoa acredita que está com a doença, somatiza outras, tem uma queda na resistência e fica mais suscetível a doenças. Tudo decorrente da ansiedade, que é a falta de controle sobre si mesmo”, explica.

Este descontrole pode ser a porta de entrada para outros transtornos. “Além da ansiedade, este período de isolamento social pode despertar outros quadros patológicos, como o transtorno de ansiedade, que está um nível acima, a depressão, pânico, compulsão alimentar e compras compulsivas. Ações que são realizadas para tentar aliviar a ansiedade e estado diferente, o qual as pessoas não conseguem  nomear”, detalha a docente. 

Evitar este adoecimento mental é possível ao seguir algumas orientações. “O cuidado com nossa saúde mental deve começar diminuindo o acesso às informações que podem nos adoecer, provocar medo excessivo e ter cuidado com as fake news. A rotina deve ser reorganizada para não entrar num ciclo vicioso e perder o dia da semana. Por isso busque ter fixo os horários de acordar, tirar o pijama, das refeições e de dormir, é extremamente importante que o sono esteja regulado para a qualidade de vida”, destaca.

Além disso, é preciso priorizar os momentos de lazer. “As pessoas precisam valorizar os momentos de relaxamento e para isso atividades como pintura, montar quebra-cabeças, cultivo de uma horta e leituras, aproveitando que muitos materiais foram disponibilizados gratuitamente durante a quarentena. O objetivo é tentar dar atenção a outro foco e dar sentido a cada dia, de forma individual, pensando a longo prazo”, explica Marina.

É preciso de uma forma geral priorizar a saúde para não perder o autocontrole, para não nos deixarmos cair em um momento de tristeza, medo e insegurança. “Entender que estamos em processo de adaptação, está sendo difícil para todos e temos que ter paciência”, finaliza Marina.