Marília

Dona Raimunda, da casa cheia de gente e alegria, mãe do Baiano do Chaplin, morre aos 85 anos

Dona Raimunda, da casa cheia de gente e alegria, mãe do Baiano do Chaplin, morre aos 85 anos

Final de ano ou aniversário na casa de dona Raimunda sempre foi momento de fartura. E alegria. Não que a vida estivesse fácil, mas a família se unia para isso, como era unida em tanto mais, e ela gostava.

O convite pro churrasco representava encontrar a carne na brasa e uma mesa com muitas opções, da mandioca cozida e salada a sobremesa com muitos pratos no caminho.

E a família enchia a casa no bairro Castelo Branco, zona norte de Marília, ponto próximo de onde todos moram. E dona Raimundo era celebrada assim,  na maior parte do tempo longe da bagunça, em um trabalho que começava muito antes e seguia muito depois do encontro, e ela ali, centro em uma família dedicada, barulhenta, que recebe bem e não esconde alegria.

Também foi assim que conhecemos e reencontramos. Chegamos pelas mãos do Tony, um dos filhos, que muita gente conhece como o Baiano, garçom do Chaplin – que têm dois profissionais com o mesmo nome – e o apelido ajuda na identificação.

O apelido do filho ajuda a entender um pouco da luta da mulher, que mudou de Estado em cuidado com a família, entregou o que veio procurar e viu filhos se desenvolverem, criarem famílias, atrair amigos e a casa lotar de alegria enquanto isso acontecia.

O Tony é amigo de décadas, antes de ser do Chaplin, de bailarino de carnaval, folião até final dos bailes. E no Chaplin isso cresceu, um garçom diferenciado, de atendimento que vira amizade com com uma longa lista de uma marca de clientes tradicionais – uma marca do gastrobar – e que que chega e vai embora de bicicleta, sem ligar pra distância ou para o dia cheio de trabalho em pé e em movimento, risadas fáceis incluídas no serviço. 

Tony estava lá, com a dedicação de sempre, no último feriado de 7 de Setembro. O riso fácil não foi. Dona Raimunda estava internada e ele encheu os olhos de água quando falou da mãe.

Doeu na gente, doeu em todo mundo que conhece o Tony e conheceu a mãe dele, o centro da alegria na casa da zona norte.

Dona Raimunda da Silva Lopes, a mãe do Baiano, descansou no final da tarde da segunda-feira. O sepultamento foi marcado para ás 17h desta terça, no Cemitério da Saudade, palavra que não poderia definir melhor como ser os encontros e celebrações na casa.