Marília

Dossiê de alunos sobre crise vê risco de privatização indireta na Famema

Foto da lavanderia do Hospital das Clínicas que consta no documento – Reprodução/TV Tem.
Foto da lavanderia do Hospital das Clínicas que consta no documento – Reprodução/TV Tem.

Alunos do diretório acadêmico da Famema organizaram um dossiê com informações sobre a crise do complexo, detalhes de repasses estaduais de verbas e dados do que consideram um plano de privatização indireta em forma de entrega da gestão do hospital para uma OSS (Organização Social de Saúde). O documento expõe os problemas de atendimento surgidos nesse período de crise e apresenta uma análise dos estudantes quanto aos acontecimentos vividos pela Famema.

O dossiê do Daca (Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder), dividido em três capítulos, começa com dúvidas sobre as explicações do rombo financeiro da Famema. Os alunos argumentam que a instituição cuilpa o governo por falta de repasses, incluindo um específico de R$ 3,6 milhões. No entanto, os estudantes indicam uma pesquisa nos dados da Secretaria da Fazenda e dizem ter encontrado o repasse, que teria então sido feito.

O dossiê lista ainda uma informação que o governo do Estado não explica: a falta de repasses para a folha de pagamento da faculdade. São mais de R$ 700 mil/mês de um compromisso que segundo a direção só foi assumido com promessa de envio de verbas.

O documento dos alunos faz ainda relação de prejuízos nas atividades no Hospital das Clínicas, com algumas informações já conhecidas, como a saída de empresas terceirizadas responsáveis por anestesiologia e radioterapia, e alguns dados internos como sobrecarga do setor de lavanderia, setor que parou com pane em equipamentos e provocou terceirização, ainda sem custos divulgados.

Segundo o dossiê, o caos financeiro teria como justificativa criar condições política para uma possível implantação da OSS (Organização Social de Saúde) no Complexo Famema. Implementar uma OSS permite que uma empresa privada gerencie o HC, que é público. Muitos hospitais do Estado já adotam este sistema. A teoria da conspiração tem motivos: a crise mal explicada, divergências públicas entre o governo do Estado e a direção da instituição, o uso repetido da medida no Estado e mais recentemente processo da prafeitura para abrir prazo de reconhecimento de entidades interessadas em serem reconhecidas como OSS na cidade.

Por fim, o terceiro e último capítulo é uma análise geral do que foi exposto. O Daca enfatiza que o compromentimento com o atendimento médico-hospitalar deve ser o foco do Hospital das Clínicas e reafirma as visões elaboradas no segundo capítulo.

Para ler o dossiê na íntegra, clique AQUI.