Marília

Em 2015 tem mais, infelizmente

Não acho que os Correios devam ter espírito natalino no atendimento. Na verdade não acho que serviço público nenhum precise disso. Serviço público não precisa ter carinho, benevolência. O rapaz ou a moça do 0800 não precisam ser Papai ou mamãe Noel. O serviço precisa é funcionar sem enrolação, sem empurrar. E funcionar inclui dar informações corretas, admitir erros e deixar que o serviço responda por suas más condutas. Afinal, é assim que o serviço público trata o cidadão.

Quando você não paga, não manda cartas. Não paga impostos? Sofre punições. Não corta o mato do terreno, leva multa. Então porque é que os Correios ou qualquer outro serviço público pode ser uma baderna no quesito atendimento depois de ser um lixo no quesito cumprir sua função básica?

Essa é a essência de uma queixa contra uma empresa, mas trata de forma geral de muitos outros casos que são vistos todos os dias. Para não parecer injusto com os Correios e sua bagunça, vamos citar outras badernas.

A Azul e os atrasos em vôos e danem-se as conexões, perdas, sofrimentos, que você viu aqui no Giro também. Quer mais? As empresas de telefonia e TV a cabo campeãs de queixas de consumidores e de impunidade, vendem pacotes, aparelhos e planos novos enquanto não conseguem garantir o básico: fazer um telefone tocar e falar em muitos bairros da cidade.

Até um motociclista que orienta trânsito no Marília Shopping se acha no direito de fazer pouco caso de clientes e de dificultar a vida de quem está lá buscando o serviços que eles prometem. É um festival de “tô nem aí” e de ninguém faz nada.

Uma baderna em uma cidade que não consegue sequer ter fiscais do Procon e em que o Ministério Público (diferente até de muitos eleitores) acredita em promessas políticas e arquiva um inquérito na base do “ele assumiu compromisso de fazer”, não fez e ficou por isso mesmo.

É uma falta de vergonha e compromisso dos gestores nas empresas, onde as multas e as punições parecem não chegar. Pode ser também um caso de que vale mais a pena pagar a multa do que fazer o serviço correto? Pode ser, afinal, para você é serviço, para eles é negócio.

Mas os funcionários na linha de baixo, na linha do consumior, teriam a obrigação de mostrar mais sensabilidade, não para serem carinhosos ou risonhos, mas para serem efetivos e educados. Para serem honestos nas informações.

E não caia na tentação de dizer que os Correios deveriam ser privatizados e essa gente iria aprender. As telefônicas foram vendidas, o país foi inundado de linhas e aparelhos, os serviços são caros, ruins e os lucros altos.

Em novembro foi a Azul, em dezembro os Correios, o ano todo a telefonia, no Natal o motociclista do shopping e por aí vai, a retrospectiva 2014, assim como a 2013 e tantas outras antes dela vao colecionando histórias de pessoas com casos pontuais de péssimo atendimento enquanto as empresas constroem um perfil geral de pouco caso. E nada acontece.

Feliz ano novo, até a retrospectiva do descaso em dezembro de 2015.