Marília

Empresa aponta restos de foguete chinês em bola de fogo vista em Marília

Empresa aponta restos de foguete chinês em bola de fogo vista em Marília

A empresa Saipher, que tem sede em São José dos Campos e é desenvolvedora do Horus (Sistema Holístico de Redução de Risco e Incerteza) e sistemas de monitoramento do espaço aéreo, divulgou nota em que aponta lixo espacial provocado por um foguete chinês como material que provocou a bola de fogo verde observada no céu em Marília e diversas cidades de São Paulo e Minas.

O comunicado engrossou uma polêmica que envolve especialistas e instituições como a rede brasileira de monitoramento de meteoros, a Bramon, que mantém a avaliação de que era um meteoro em função da velocidade e forma de entrada na atmosfera.

O comunicado do diretor de Inovação e Novos Negócios, Brigadeiro Veterano José Vagner Vital, diz que uma “investigação mais aprofundada” indica que “o objeto em questão provavelmente era o estágio de um foguete denominado Chang Zheng 2C”. 

É um veículo de lançamento espacial desenvolvido pela China e que tem sido utilizado para lançar satélites em órbita terrestre baixa.

A nota inclui ainda informações do Analista de Sistemas Espaciais da Saipher, Matheus Felipe Pacheco, para quem o estágio do foguete perdeu altitude mais rapidamente do que o esperado, resultando em sua reentrada na atmosfera terrestre antes do previsto. 

“É importante ressaltar que, de acordo com especialistas, essa reentrada não ofereceu perigo e o objeto se desintegrou completamente”, ressalta Matheus. O astrônomo Júlio Lobo, do Observatório Municipal de Campinas, é um dos especialistas que acompanha a avaliação da empresa.

Já o professor de geociências da Unicamp, também de Campinas, Wagner Amaral, acompanhou a avaliação da Bramon. Uma postagem da rede diz que a análise de diferentes imagens permite levantar dados e cálculos que indicam um meteoro com entrada na atmosfera em 4,9 graus de ângulo e velocidade de 14,7 km/s. 

“Análises preliminares, e ainda sujeitas à revisão, indicam que o fenômeno foi provocado por uma rocha espacial com cerca de 40 cm, algo próximo do tamanho de um forno de microondas, mas pesando aproximadamente 100 kg”, diz a postagem.

 É possível que esse evento tenha deixado entre 6 e 11 kg de meteoritos em solo, mas fragmentos pequenos espalhados em uma área muito grande entre Campinas e Sorocaba.