A Odebrecht Ambiental e um consórcio formado pela gigante Aegea e pela Replan, de Marília, são as duas empresas que vão disputar a partir de hoje o controle dos serviços de abastecimento de água e destinação de esgoto em Marília.
Outras quatro empresas que mostraram interesse e chegaram a agendar vistorias no Daem nem apareceram para o processo, incluindo a Sabesp, maior empresa do país, que além de ser uma das primeiras a mostrar interesse também foi responsável por representações que adiaram a licitação e provocaram diferentes mudanças no edital e licitação.
A abertura dos envelopes com documento das empresas interessadas foi feita na manhã desta sexta-feira em sessão no prédio da central de licitações da cidade. Três representantes da Odebrecht e dois do Consórcio estiveram na sessão.
A licitação venceu nos últimos dias uma última tentativa de paralisação pelo Tribunal de Contas, que suspendeu a concorrência por duas. Representações do engenheiro Ari Sarzedas, da empresa Águas de Marília e da Sabesp foram rejeitadas pelo Tribunal em publicação divulgada nesta sexta.
Aberta ao público, a reunião para habilitação das empresas atraiu apenas a presidente interina do sindicato dos servidores, Aparecida Cidrão, e um dirigente da entidade. Nenhum protesto, nenhuma faixa, nenhuma manifestação de trabalhadores ou oposição.
Nesta fase, as empresas apresentam documentos e indicação de qualificação técnica para participar da disputa. Também é fase para apresentação de eventuais impugnações contra os concorrentes. O julgamento destas impugnações será feito pela Comissão de Licitação, sem prazo definido para os resultados.
O Consórcio Água e Esgoto de Marília apresentou volume maior de documentos por conter dados das duas empresas. Ambas disputam chance de explorar por 35 anos os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
A Replan Saneamento e Obras já presta muitos serviços para o Daem e sua participação no consórcio pode transformar a empresa em uma “solução caseira” para término das obras de tratamento de esgoto na cidade, paralisadas desde o fim das atividades da empreiteira OAS na cidade, há mais de um ano.
A Odebrecht Ambiental apareceu na disputa nos últimos dias do prazo para vistoria do Daem. É uma empresa da Organização Odebrecht – quarto maior grupo privado brasileiro – citada em escândalos da operação Lava Jato.
No segmento Água e Esgoto, atua em 11 estados do Brasil com atendimento a aproximadamente 17 milhões de pessoas em diferentes cidades, incluindo interior paulista.
A Aegea atua em oito estados, com aproximadamente 3 milhões de moradores atendidos em 45 municípios. Em 2015 a empresa, uma Sociedade Anônima gerida por quatro administradores, teria mostrado interesse em assumir a OAS Ambiental, braço do grupo OAS que entrou em grave crise financeira após envolvimento na Operação Lava Jato