Uma cratera com quase 40 hectares de extensão e 75 metros de profundidade, algo equivalente a um edifício de 20 andares. Deve ser esta a configuração do aterro sanitário que a empresa Revita, com sede em São Paulo, pretende implantar na Fazenda Dallas, à margem da rodovia SP-333, em Marília.
As informações sobre as medidas e outros detalhes do provável aterro sanitário estão no relatório de impacto ambiental e projetos da obra apresentados pela holding à Cetesb com pedido de autorização para a implantação.
Segundo o projeto da Revita, o aterro sanitário de Marília vai ter 15 camadas – que a empresa chama de células – de acomodação de resíduos, com cinco metros de altura cada, projetado para receber de 300 a 500 toneladas de lixo por dia. A vida útil calculada é de 41,15 anos. Depois, o aterro seria coberto com gramado e receberia acompanhamento por mais 20 anos.
A empresa já opera um dos aterros usados no transbordo e depósito de lixo da cidade atualmente, em Quatá. Também atua em outras cidades do Estado, como Araçatuba, onde o aterro está desativado, Botucatu e São Carlos, entre outras. A instalação já passou por algumas fases burocráticas e uma audiência pública na cidade, que atraiu pouco mais de 50 pessoas e pouco debate.
O empreendimento, registrado como “Indústria de Tratamento de Valorização de Resíduos” sob sigla ITVR, deve receber lixo domiciliar, industrial, de serviço de saúde (tratados), comercial e de limpeza urbana (como de varrição, limpeza de feiras livres, poda e capinagem)
Mapa de implantação do aterro: o quadrado maior representa a áea da futura cratera e depósito dos resíduos
“As células do aterro serão constituídas por lixo compactado coberto com camadas de 20 cm a 30 cm de espessura de terra, nas células intermediárias, e 60 cm de espessura de terra compactada na cobertura final. Basicamente, o caminhão que coleta e transporta o lixo urbano domiciliar faz o descarregamento diretamente na frente de trabalho do aterro”, prevê o projeto.
O lixo será então coberto com terra. Conforme as camadas crescem, a empresa prevê implantação de drenos para gás e chorume, o líquido produzido pela deterioração do lixo
O aterro deve ocupar uma área rural da fazenda Dallas, ao lado da tradicional Fazenda Rancharia, na altura do km 355 da rodovia SP-333, na divisa com Echaporã.