Marília

Empresas de caçamba protestam e coleta de entulho vira impasse em Marília

Empresas de caçamba protestam e coleta de entulho vira impasse em Marília

Marília iniciou a semana sem destinação de entulho de construção e resíduos de obras. As empresas de caçambas para coleta do material fizeram um protesto pela manhã na porta da prefeitura e paralisaram serviços de manutenção do terreno onde os resíduos são jogados- de forma irregular – todos os dias.

O motivo é um impasse sobre custeio e manutenção do espaço. Desde o início do ano as empresas pagam serviço de máquinas para adequação do despejo, um serviço com custo de R$ 250 por caminhão. Mas segundo os caçambeiros, a própria prefeitura e outros coletores despejam entulho no local e não pagam nada.

Em uma carta enviada à Emdurb com notificação do protesto, as empresas dizem que o aterro está fechado “toda a população mariliense sofrerá uma dura agressão” com fim da coleta.

O aterro é considerado irregular pela Cetesb, que já pediu a interdição legal do espaço, o que deixaria a cidade sem ponto de destinação do material. A decisão aguarda apenas uma ordem da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Segundo o empresário Valdeir Fernandes, dono da Pontual Caçambas e um dos representantes das empresas de coleta, a prefeitura arrasta uma decisão sobre o caso desde o começo do ano.

Ele diz que as empresas já pediram ao prefeito uma área para uso exclusivo dos coletores, que pagariam apenas pela adequação do entulho que eles gerarem. A cidade teria que definir e custear outro espaço para entulho público e de carroceiros. “A Prefeitura mesmo usa de graça 80% do que as empresas recolhem como cascalho nas estradas rurais”, diz Valdeir.

O empresário afirmou que outras cidades, como Ourinhos, estão destinando áreas para as empresas. “Ourinhos destinou um terreno de 32 mil m².” Um terreno ao lado do atual aterro estaria reservado para receber o entulho, mas ainda não está licenciado junto à Cetesb. 

Em nota, a prefeitura informa que o aterro usado atualmente não foi fechado definitivamente mas está saturado e precisa de uma máquina para organização e limpeza.

“A destinação do material recolhido é de responsabilidade das empresas de Caçamba e havia uma negociação em andamento entre as partes, mas de última hora, os caçambeiros não honraram o compromisso de esperar até quarta-feira para que Prefeitura de Marília pudesse disponibilizar uma máquina”, diz a nota oficial.

A Prefeitura informou ainda que a Secretaria do Meio Ambiente e Limpeza Pública não tem conhecimento do local onde as empresas estão depositando o material recolhido, “mas garante que a fiscalização será rígida no tocante do descarte desses entulhos em locais inapropriados.”

Não há um acordo entre as empresas para destinação e cada uma está adotando medidas próprias. “Eu estou com o pátio cheio e com as caçambas nas ruas. Não sei onde será depositado. O prefeito e o secretário não nos atenderam hoje para uma definição”, disse Valdeir.

Veja abaixo a íntegra da carta enviada pelas empresas à Emdurb.

À EMDURB – EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITACIONAL DE MARILIA
A/C: SR. PRESIDENTE MARCIO AUGUSTO SPÓSITO

COMUNICAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE ATO PÚBLICO

Através do presente, comunicamos a V.Sas. que será realizado “Ato Público”, em nossa cidade no dia 19 de Junho de 2017 às 09h00 em frente a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARILIA. Segue abaixo a motivação que justifica o pedido de apoio e colaboração de V. Senhoria para que seja mantida a segurança dos manifestantes e transeuntes.

A importância deste ATO PÚBLICO consiste na defesa dos direitos das Empresas de Caçambas instituídas em nossa cidade, cujas atividades de negócio vem sofrendo sistematicamente sérios riscos por conta das diretrizes adotadas pela atual gestão municipal que segue negando qualquer tipo de apoio no tocante a manutenção de locais para o descarte,enquanto se apropria uma nova área pelo poder público ou pelas empresas que vem se organizando.

O Aterro Público Municipal localizado no Distrito de Avencas se encontra “FECHADO” para o descarte. Sem locais adequados, este descaso, está seriamente intrínseco à paralisação da limpeza urbana na cidade, e, se nada for feito, toda a população mariliense sofrerá uma dura agressão no que tange a correta prestação dos serviços orientados pelos órgãos ambientais. Além de infringir diretamente na garantia do trabalho de inúmeras famílias de trabalhadores do setor.

Por tanto, após inúmeras tentativas de acordo com o senhor Prefeito e seu Secretárioforam empreendidas e não resultando em nenhuma definição até o presente momento, as empresas do setor, estão de comum acordo da necessidade de expor a grave situação para toda a população. Assim temos como objetivo a divulgação deste alerta gravíssimo a população e a cobrança de uma atitude positiva da Administração Pública.

SOLICITAMOS ASSIM:     INTERDIÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS
– Av. Sampaio Vidal – frente à Prefeitura
– Rua Bahia – frente à Prefeitura