Marília

Empresas de grupos citados na Lava Jato visitam Daem para privatização

Empresas de grupos citados na Lava Jato visitam Daem para privatização

As empresas Odebrecht Ambiental e a Águas do Imperador enviaram nos últimos dias equipes para vistoria do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) com acesso autorizado pelo processo de privatização. E podem trazer para a cidade nomes de grupos renomados:  ambas estão ligadas a marcas investigados na Operação Lava Jato.

A Odebrecht Ambiental é um braço para saneamento no grupo Odebrecht, uma das empresas mais citadas em escândalos. Forma o quarto maior grupo privado de empresas no país.

Na área de saneamento,  atua m 180 cidades brasileiras, incluindo capitais, como Rio de Janeiro e Recife, e cidades com porte semelhante a Marília, como Limeira, Sumaré e Rio Claro.

A empresa Águas do Imperador integra o grupo Águas do Brasil, que representa 14 concessionárias em diferentes cidades do país e é controlado por grandes empresas, incluindo a Queiroz Galvão, também investigada na Lava Jato.

A vistoria técnica não significa que a empresa vá participar efetivamente da disputa pelo Daem, mas é um dos passos previstos para envolvimento de empresas na terceirização dos serviços.

As empresas interessadas no Daem serão conhecidas dia 9 de setembro, quando está prevista a abertura dos envelopes com as propostas da privatização. A Prefeitura vai transferir para a iniciativa privada os serviços de abastecimento de água, coleta e destinação de esgota.

A licitação já atraiu em outras fases vistorias da Sabesp, maior empresa do setor no país; a Aegea, holding privada que é gigante no setor; uma empresa de saneamento do Paraná e uma empresa especializada em tubulações, de Bauru.

A empresa vencedora da concessão terá de fazer obras como a conclusão do sistema de tratamento de esgoto e as melhorias no tratamento, distribuição e controle de perdas de água. O contrato vale por 35 anos e transfere para a empresa direito sobre cobrança das tarifas.

O processo de privatização já foi adiado duas vezes por determinação do Tribunal de Contas. Nesta terceira tentativa já alvo de uma representação para suspensão, que acabou rejeitada.

A privatização prevê investimentos na casa de R$ 589 milhões e uma outorga de R$ 50 milhões que será paga pela empresa à prefeitura em até dois anos. Em contrapartida garante reajustes anuais de tarifas além de dois aumentos com intervalos de 13 e 25 meses após a assinatura do contrato.