A visita de dois consultores para acompanhar processo de implantação do Codem – Conselho de Desenvolvimento de Marília – nesta terça-feira lança na cidade as bases do trabalho com desafio de mudar um quadro histórico de acomodação dos eleitores e promover participação como forma de mudar a cidade.
O processo recebe consultoria de Sílvio Barros, ex-prefeito de Maringá, um dos entusiastas da atuação do conselho, que está em Marília com a consultora Márcia Santin, também dirigente na cidade paranaense.
A consultoria foi contratada com apoio de empresas, instituições e doações voluntárias – o valor não foi revelado – para permitir que Marília acelere o processo de implantação do Codem. O conselho está em fase de formação e é hora de todos os interessados em discutir e participar aparecerem.
Um encontro na noite desta terça – 19h, na sede da Acim – pretende reunir empresários, lideranças comunitárias e todos os segmentos da sociedade organizada para formar uma base de representação comunitária que atue com suporte para a gestão pública.
“A cidade reconhece que tem problemas, sabe que se não fizer nada os problemas vão se agravar, mas alguém tem que assumir a responsabilidade de propor soluções diferentes. O salvador já estava aí, é a sociedade organizada”, disse o consultor Sílvio Barros.
Sílvio Barros disse que o conselho não é uma iniciativa só de empresários, embora seja comum que estes sejam protagonistas nas iniciativas.
“Se a cidade não estiver vigorosa do ponto de vista econômico não adianta discutir social. Como é que você vai pagar o social? É natural que a gente procure esse caminho porque é de fato muito mais seguro.”
Ele cita exemplos como a oferta de planos de saúde corporativos. “Se você tem empresas que conseguem implantar plano de saúde você tira isso do sistema público. O vigor econômico é fundamental.”
Em Maringá o conselho contabiliza até 400 lideranças mobilizadas ‘sem perguntar o que a prefeitura achava disso.’
“Existe risco de resistência? Sim. Na maior parte da cidade ainda trabalhamos com políticos que não estão acostumados a empoderar a sociedade. Empoderamento cria governança compartilhada, criativa. Consegue muito mais mas não tem o mesmo nível de autoridade.”
Outro problema na visão de Sílvio Barros é a briga dos egos. Márcia Santin destacou que os conselhos têm sido também caminhos para protagonismo de mulheres como lideranças, além de estimular jovens a assumir participação.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília, adriano Luis Martins, destacou que o conselho está em implantação e todos os interessados têm espaço para participar.
A ideia é que o conselho seja estruturado para pensar na cidade por dez ou 20 anos no futuro. Mas também corre contra o tempo, porque depois de 90 anos sem participação, lançar projetos ja na próxima eleição pode ser uma ótima forma de construir a nova fase da cidade.