A enfermeira Renata Pietro, natural de Garça mas formada em Marília pela Famema, divulgou nesta quarta-feira uma “carta ao presidente” em que pede a Jair Bolsonaro união no combate à epidemia do coronavírus.
Presidente afastada do Conselho de enfermagem, integrante do grupo de direção dos hospitais de campanha da Covid-19 em São Paulo, Renata diz no texto que o país precisa atuar como um corpo unido e pede atenção aos profissionais da saúde.
“Estamos defendendo arduamente o sistema mas as nossas tropas estao abandonadas na linha de frente, com soldados desarmados, mal pagos, tendo baixas em nosso quantitativo e com poucos reforços em nosso grupo.”
Renata diz que os profissionais da saúde acumulam as angústias do cidadão comum, estão mais expostos ao risco de contaminação e lidando com adversidades como falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sobrecarga de trabalho com jornadas exaustivas e colegas agredidos fisicamente e psicologicamente durante o traslado até suas casas.
“Somos a maior força de trabalho na saúde, trabalhamos 80 horas por semana e isso não é considerado ilegal. Se morrermos em serviço, ao contrário dos militares, não existe qualquer benefício para os nossos filhos ou familiares, mesmo que tenham pouca idade.”
Diz ainda que mesmo antes dessa pandemia, já era uma realidade o adoecimento mental dos trabalhadores da área, a exemplo da enfermagem, que em sondagem realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, mostrou que esse é um problema que afeta 60% da categoria.
“É urgente discutir melhores condições de trabalho para essas pessoas, que enfrentam exaustivas jornadas de trabalho, sem piso salarial e jornada regulamentados; que estão expostos a riscos químicos e biológicos e não têm sequer o direito ao adicional por insalubridade; que todos dias deixam suas famílias sem saber em que condições vão retornar do trabalho.”
A íntegra do texto está na página da enfermeira no Facebook (aqui).