Marília

EPIDEMIA E CAOS – Baixa no estoque de sangue adia cirurgias eletivas; seja um doador

EPIDEMIA E CAOS – Baixa no estoque de sangue adia cirurgias eletivas; seja um doador

Familiares de pelo menos dois pacientes que aguardam cirurgia estão nas redes sociais para encontrar doadores de sangue e permitir os procedimentos. Sem estoque adequado, o banco de sangue não consegue liberar as bolsas para as chamadas cirurgias eletivas, aquelas agendadas ou que não tratam de urgência.

A família de um dos pacientes, um aposentado de 78 anos que aguarda cirurgia por problemas na próstata, iniciou há uma semana os pedidos. Ele não conseguiu fazer a cirurgia até hoje.

Em outra família, uma mulher conseguiu a doação mas a família, ao ser informada sobre os problemas com o estoque do hemocentro, lançou pedidos para que as pessoas façam doações.

“Ficamos sabendo que pela epidemia de dengue na cidade o banco de sangue está passando por dificuldades e foram desmarcadas várias cirurgias”, diz a mensagem postada pelo marido nesta segunda-feira. Ele anunciou que vai fazer a doação.

A epidemia de dengue abala o estoque do Hemocentro por duas vias. Na primeira, os pacientes em estado crítico dependem de transfusões para repor as plaquetas, células que permitem coagulação do sangue e são eliminadas rapidamente nos pacientes contaminados. Na segunda via, a epidemia derruba a coleta: pacientes com dengue não podem fazer doações.

Para doar é preciso ter mais de 18 anos, acima de 50 quilos, estar em boas condições de saúde e alimentado. Para ajudar a cirurgia do aposentado, basta identificar o nome do paciente, Adib Miguel. Doações não identificadas ficam à disposição de pacientes em geral, inclusive os doentes com dengue.

Até o começo do mês a procura por bolsas de sangue já havia subido 300% em Marília. Os pacientes com dengue usam até cinco bolsas para reposição de plaquetas. Cada doador deixa uma bolsa. Pacientes em condições normais têm entre 150 mil e 350 mil plaquetas. Nos casos críticos hospitais já identificaram na cidade pacientes na faixa de 7.000 plaquetas.

O Hemocentro de Marília fica na rua. Lourival Freire, 240, telefone 3402-1850. O atendimento é feito diariamente das 7h às 18h (nas quintas até às 20h) e aos sábados das 7h às 12h.