Marília

Estrada da morte - Perda de vidas sobe 82% em trecho Paulista da BR-153

Estrada da morte - Perda de vidas sobe 82% em trecho Paulista da BR-153

Enquanto esperam as obras prometidas, planejadas e arrastadas obras de duplicação da rodovia BR-153, as cidades em torno do trecho paulista da rodovia viram o número de mortes por acidentes crescer 82% entre 2022 e 2023.

Foram 31 mortes registradas até o dia 30 de novembro pelas Delegacias da Polícia Rodoviária Federal em Marília e em São José do Rio Preto contra 17 durante todos os 12 meses do ano passado.

E não é só isso. O número de mortes em colisões frontais, o risco maior na pista sem duplicação e cheia de ultrapassagens proibidas, subiu 50%. Passou de oito a 12 casos no período.

Explodiu também o número por mortes em colisões traseiras: uma no ano passo, nove já registradas neste ano na estrada sem condições de segurança para grande volume de carretas e alta velocidade.

A rodovia sem modernização registrou 392 acidentes em 11 meses de 2023 – foram 379 durante todo ano de 2022 – e 80 deles foram graves. Deixaram 431 pessoas feridas, contra 400 de todo o ano anterior.

Junho foi o mês com mais mortes – seis – seguido por agosto, com cinco óbitos. Em todos os meses foram registrados acidentes.

A BR-153 é a quarta maior rodovia do país, faz ligação do Pará ao Rio Grande do Sul – passando por Brasília – e tem pouco mais de 300km no trecho paulista, que vai da divisa com Minas Gerais até a divisa com o Paraná.

Embora tenha mortes, demanda de operações contra tráfico e contrabando muitas vezes em fugas de risco na pista, a rodovia ganhou muita visibilidade em casos de impacto com nomes famosos.

Em dezembro de 1994, uma colisão durante manobra proibida de uma carreta provocou graves lesões e encerrou a carreira do locutor esportivo Osmar Santos. Em novembro de 2023, uma colisão lateral com caminhão, no trecho da pista em Minas Gerais, provocou um grande susto no cantor Zé Neto.

Nos 29 anos que separam os dois acidentes as condições de segurança evoluíram pouco na pista, simples na maior parte do trecho paulista, com obras que se arrastam e que ignoraram um relatório de riscos que incluía o contorno de Marília como prioridade.