Marília - O fotógrafo Marcelo Sampaio abre no dia 12 a exposição Imagens Humanos com anos de registros sobre a vida e luta de catadores de recicláveis e, depois, moradores do conjunto de prédios da CDHU que sofreu interdição em 2024.
A abertura, às 16h na Galeria Municipal de Artes, vai ter, inclusive, a exibição de um documentário sobre as condições dos prédios. São 880 apartamentos em 44 blocos com risco de danos ou desabamento.
É um trabalho que Marcelo, também documentarista, iniciou há quatro anos quando começou a conhecer a realidade dos catadores.
“Nesses contatos, conheci, além da vida, necessidades e sonhos dessas pessoas. Só depois dessa conversa eu fazia retratos deles, ali mesmo onde eu os encontrava nas ruas.”
São fotos em praças e lugares de pesagem e venda de recicláveis. As fotografias são denúncias da precariedade. “Entretanto, o que mais me interessava era o registro da dignidade e da humanidade dessas pessoas.”
Vida e dignidade no conjunto da CDHU
Com o mesmo espírito, buscou registro dos moradores do Conjunto Habitacional “Paulo Lúcio Nogueira”, que a cidade conheceu como ‘o CDHU’.
Começou com as notícias sobre abandono dos prédios, situações de risco, alertas para possível desabamento. Mais uma vez, visitou, estabeleceu contato e só a partir das conversas iniciou os registros.
“Constatei ali a existência de centenas de famílias de trabalhadores que lutam duro e honestamente para manterem a vida de seus filhos, companheiros e parentes. Pude perceber ali um drama de dimensões épicas e trágicas de muita luta e de dignidade. Resolvi fazer retratos dessas pessoas no intuito dar visualidade àquelas existências humanas e o valor das mesmas.”
Além da exposição, que terá acesso gratuito, algumas s imagens estão em uma conta do Instagram – @luzesdemarilia –. Também em um livro digital que está à venda – aqui -.
Os recursos ajudam a financiar o trabalho, que não está em nenhum edital ou repasse público.