Marília

Família de paciente faz protesto após morte na fila por UTI em Marília

Família de paciente faz protesto após morte na fila por UTI em Marília

Familiares do serralheiro Antonio Carlos Serrano fizeram na manhã deste sábado um protesto silencioso no centro de Marília contra a falta de leitos de UTI para atendimento à epidemia de Covid na cidade.

Serrano, conhecido como Carlão, faleceu dia 17 de março em um leito semi-intensivo do PA da Zona Sul em meio a um apelo dos familiares por uma transferência para a UTI.

A manifestação deste sábado levou para a avenida Sampaio Vidal uma faixa em protesto com o que a família chama de “falta de gestão” e “incompetência”.

“Perdemos uma vida não só para a Covid. Perdemos uma vida para a falta de gestão na saúde, perdemos para a incompetência do sistema público honrar sua obrigação com o cidadão”, diz a faixa.

O apelo da família pelo leito acompanhou outros pedidos de socorro para parentes que aguardavam leitos no PA e na UPA da zona norte, transformados em centros de atendimento a quadros graves após a lotação das UTIs nos três hospitais da cidade – HC Famema, HBU e Santa Casa -.

O último boletim sobre ocupação das vagas em Marília repete dados das últimas semanas: 100% de ocupações em UTIs do SUS e dos leitos particulares e de atendimento a convênios na cidade. 

“Perdemos o Carlão. Carlos faleceu à espera de um leito de UTI. Quantos mais terão que morrer?”, diz a faixa.

Uma cunhada do serralheiro disse que o protesto não tem novas ações planejadas e nem pensaram em medidas junto aos órgãos oficiais da Saúde. “Não pensamos nisso, mas não podemos nos calar diante do que está acontecendo. É um grito de socorro”, disse.