Marília

Família do RJ com ligações em Marília luta para esclarecer morte violenta

Família do RJ com ligações em Marília luta para esclarecer morte violenta

Uma família do Rio de Janeiro com ligações em Marília enfrenta quatro meses de luto e dor com um desafio extra: vencer a impunidade e a sequência de casos violentos para resolver um crime violento e não deixar a morte de uma pessoa querida ser esquecida na capital carioca de tantas tragédias.

Miguel Ayoub, de 19 anos, foi baleado no dia 13 de abril durante um assalto em que dois homens tentaram levar sua motocicleta no bairro de Laranjeiras. Foi atendido com vida mas com ferimento grave, faleceu dia 14. O acusado, Renan Frias da Silva, 27 anos, foi identificado nesta terça-feira. A polícia e a família lançaram campanha que inclui pagamento de recompensa por informações que levem a ele. E a campanha chegou a Marília.

Na garupa de Miguel, estava a jovem Tayssa Freitas,  namorada do rapaz desde 2013. Nascida no Rio, Tayssa morou por alguns anos em Marília, onde estudou da sexta série até o colegial. É filha de Rosa Maria Zaparolli Dedemo, que é da cidade, integrante de famílias reconhecidas, e que mora e trabalha no Rio de Janeiro.

Desde a morte, as páginas de Tayssa e Rosa foram recheadas por memórias, mensagens tristes e declarações sobre o amor por Miguel. A partir desta terça, ganharam as fotos, retrato falado e o anúncio da recompensa para encontrar o assassino.

O sistema do disk-denúncia do Rio de Janeiro oferece recompensa de R$ 1.000 pelas informações. EM uma de suas postagens, Tayssa pede a amigos – inclusive em Marília – que compartilhem as imagens do acusado e a mensagem: “vamos achar esse demônio, prometo recompensa por qualquer informação.”

“Ele era filho único. A família dele está destruída”, disse Tayssa em uma entrevista à rede Globo. A estudante contou que o casal parou por causa do semáforo. Uma moto à frente tinha dois ocupantes. O garupa desceu e anunciou o assalto. Miguel acelerou a moto “no susto” diz Tayssa. O veículo atingiu o ladrão, que atirou. A moto andou um pouco e caiu. Tayssa sofreu escoriações.

Amigos de Tayssa encontraram uma página de redes sociais que seria de Renan, com identificação de uma escola no Rio e pessoas que podem ajudar a chegar ao rapaz caso a identificação seja confirmada. Apesar do nome e semelhança física, o comportamento que aparece nas redes sociais não combina com a postura das ruas.

Na página da vida virtual, Renan localizado aparece em fotos com namorada e em momento de carinho com uma criança no colo. O Renan da vida real, que agora a polícia e as famílias vítimas procuram, não mostrou nada disso quando anunciou o assalto e atirou no estudante Miguel Ayoub.