Marília

Família enfrenta Hospital de SP para atender idosa e campanha chega a Marília

Família enfrenta Hospital de SP para atender idosa e campanha chega a Marília

Luzia Andrade,uma servidora pública da saúde, enfrenta desde abril uma disputa contra o Hospital do Servidor  Público em São Paulo em caso que ganhou as redes sociais e chegou a Marília, onde moram familiares da paciente.

Internada no dia 14 de abril para uma ciriurgia de gastroenterologia, Luzia Andrade recebeu alta apesar de reclamar de muitas dores. Em poucos dias retornou às pressas para o hospital, foi submetida a mais uma cirurgia, com quatro horas de duração, e uma série de problemas.

O caso chegou à ouvidoria do Hospital e à Justiça e mesmo assim a família passou a denunciar em redes sociais as dificuldades em conseguir atendimento e informações corretas no hospital.

As queixas criaram uma campanha pela divulgação do caso para que manifestações do público cheguem ao hospital e permitam mudanças no atendimento.

O caso ganhou repercussão após a publicação de uma longa carta da Daniela Barreto, nora de Luzia Andrade, e chegou a Marília por uma sobrinha, Maísa Oliveira, estudante de fonoaudiologia que mora em Marília.

Veja abaixo o relato da família sobre o atendimento no hospital

“No dia 14 de abril, minha sogra foi internada no HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO para uma cirurgia gastro, pois devido a ulceras o canal que passa os alimentos fechou e ela só conseguia se alimentar através de líquidos. Ficou internada para o preparo e no dia 19 de abril ela operou.

A cirurgia havia sido conforme informações dos médicos, bem sucedida, ela foi direto para o quarto, estava conversando e ate corada. Apos dois dias ainda no hospital começou a se queixar de muita dor, davam apenas analgésico. No terceiro dia tiraram o dreno, deram alta sem que ao menos fosse verificado a causa da dor, disseram que era normal e ela foi pra casa.

Em casa começou a passar muito mal e foi levada novamente para o hospital. Chegou as 20:00hr da quarta, dia 26, as 3 da manha saiu o resultado da tomografia, constatando que ela estava com infecção, toda sujeira havia sido drenada para dentro do organismo dela.

Ela já não reconhecia mais as pessoas e estava em choque séptico. A partir dai acreditem, só foram fazer algo, inclusive dar algum medicamento as 16:00 horas do dia 27. Tivemos que chamar policia, ir na ouvidoria, gritar… ela estava morrendo na nossa frente e ninguém fazia absolutamente nada. 8:30 da manha, uma medica da equipe da cirurgia passou para ve-la no pronto socorro, apenas sentiu o cheiro e disse que ela deveria ser reoperada. Ate enfermeira sentada conversando, que se dizia estar em procedimento, encontramos.

Minha cunhada saiu pelo hospital procurando médicos e enfermeiras para que tomassem alguma atitude, foram muitas horas de desespero ate ir para um quarto para ser preparada para a cirurgia. Foram 4 horas de cirurgia, o quadro dela era critico, como diziam os médicos. Foi para UTI, uma UTI muito estranha, como se fosse um quarto compartilhado com outro paciente, onde não havia aparelhagem de UTI e nem médicos, apenas enfermeiros, nao faziam exames, nada. Ela estava lutando muito para viver ali.

No dia 6 operou pela terceira vez, para limpar a infecção novamente e dessa vez foi pra UTI do 8o andar, la foi diferente, UTI com baias, médicos, exames diários, uma UTI de verdade. Ela estava entubada e lutando muito para viver. Teve parada cardíaca, aspirou vomito e ficou com pneumonia, uma luta diária.

Todas as melhoras que ela teve além da vontade dela de viver, foi devido a brigas e brigas diárias, barracos e desgastes. Ela dava 1 passo pra frente e de repente por descaso andava 10 para trás.

Médicos diferentes a cada dia, sem saber histórico, apenas do dia, não sabiam responder as perguntas feitas e ficavam irritados com isso. Ela esta com escara com inicio de necrose, por não seguirem um protocolo, vive suja de coco, cada enfermeiro faz de uma forma, eles não se comunicam.

Para resumir, ontem ela foi intubada, ficamos todos felizes e aliviados de certa forma e cansados de descaso, entramos com uma liminar para ter alguém 24 horas ao lado dela, conforme a lei do estatuto do idoso, mesmo com a liminar expedida pelo juiz não queriam liberar o acompanhante, tivemos que brigar ate as 22:00hr de ontem para aceitarem alguém com ela e hoje apenas como uma represália, o Dr. Ederlon Resende, chefe da UTI mandou ela para o quarto. Nem para uma semi intensiva ela foi.

Foram 30 dias de intubação, sedação intensa, sessões de hemodiálise e agora segue acamada bastante confusa, com muitas limitações. Jamais poderia estar no quarto. Minha sogra vai morrer e não podemos fazer nada. Na ouvidoria disseram que só funciona quando aparece na TV, então quem puder compartilhar ajude, pois não vejo outra saída.“