A organização do Festival Gastronômico de Marília anunciou oficialmente nesta terça-feira a segunda entidade a ser beneficiada pelos repasses de parte de arrecadação com a venda dos pratos na edição deste ano: o Centro Espírita João de Camargo, uma instituição com 47 anos de atividade.
Todos os anos o evento repassa recursos a duas entidades e já havia anunciado a Apae como uma das beneficiadas nesta edição. O festival deve acontecer entre agosto e setembro deste ano.
O festival oferece nos restaurantes participantes pratos com preços únicos, que inovam cardápios das casas e ainda prestam homenagens a momentos e personagens históricos da cidade. Os consumidores concorrem a prêmios. O festival movimenta hotéis, comércio e turismo em geral na cidade, além de ajudar e promover as entidades.
O Centro João de Camargo, instalado ao lado do esmeralda Shopping, têm atividades diárias de atendimento religioso integradas a programas de ação social e atendimento em alimentação, saúde e evangelização de famílias, além de atividades educacionais para crianças.
O anúncio foi feito pelo empresário Marcelo Diniz, da Cachaçaria Água Doce, e pelo gerente do Marilia Visitors & Convention Bureau, Gilberto Rossi Jr, que é também coordenador do festival.
Eles foram recebidos na entidade pelo presidente do Centro, Sìlvio José Lopes Garcia, 55, que há 23 frequenta a entidade, há oito anos integra a diretoria e cumpre terceiro ano de mandato à frente da instituição.
O Centro João de Camargo promove às quartas-feiras e aos domingos doação de refeições, especialmente a famílias em situação de ruas, mas também com atendimento a comunidades em situação de vulnerabilidade.
Nestes casos, distribuiu 50 cestas básicas todos os meses com acompanhamento e visitas a domicílios dos beneficiados, que são chamados também a partir de encontros semanais.
“As atividades de evangelização para estas famílias não tratam de doutrina espírita, mas de leitura bíblica, valores cristãos, orientação de condutas”, disse Sílvio Garcia.
A maioria dos atendimentos envolve pessoas em condição de pobreza extrema, situações de violência, informalidade e outros casos em que as famílias acabam fora até de programas como o bolsa família. “Por isso fazemos as visitas em domicílio, para acompanhar essa situação, conhecer as necessidades das famílias”, explica.
Um ambulatório montado na entidade oferece atendimento médico duas vezes por semana, especialmente para casos mais simples. Casos complexos são encaminhados à rede pública, onde raramente os atendidos vão.
Uma sala montada com lousa, livros, brinquedos e espaço para lanches oferece trabalho pedagógico de atividades lúdicas e orientação sem vínculos espíritas.
“É um trabalho com fundo espiritual na medida em que difunde valores cristãos, que busca oferecer a estas crianças acompanhamento pedagógico. A condição de renda e qualidade de vida destas famílias é sempre um problema com impactos psicológicos, que muitas vezes são mais fortes para crianças. O que fazemos aqui é mostrar que elas podem superar estas situações.”
Todas às noites o centro promove encontros com palestras espíritas, debates sobre a doutrina e outras formas de atendimento vinculadas ao espiritismo.