Marília

Funcionários divulgam “repúdio’ na Famema por impasse em salários

Funcionários divulgam “repúdio’ na Famema por impasse em salários

A Associação dos Funcionários do Complexo Famema divulgou na noite desta terça-feira uma nota de ‘repúdio’ contra a diretoria da instituição após meses de impasse de campanha salarial sem reajuste e sem previsão de atendimento.

O documento, divulgado em redes sociais, diz que a instituição completa cinco anos sem reposição das perdas salariais e revisão das cláusulas sociais.

“Com condições de trabalho precário, potencializado pelo número insuficiente de funcionários, a situação acaba culminando com o triste cenário de ‘pessoas doentes cuidando de pessoas doentes’”, diz a carta.

A associação critica ainda a falta de resposta para um pedido de correção nos valores do ticket alimentação, hoje em R$ 12,00, que a entidade pretendia elevar para R$ 18,00.

Também aponta o que a entidade chama de “grande sentimento de descaso por parte dos diretores e do governo do Estado de São Paulo”.

“O Complexo Famema é reconhecido como um grande reduto eleitoral, pois possui 2.400 funcionários. Isso faz com que seja muito explorado em período eleitoral mas literalmente esquecido após o pleito”, diz a carta.

A crise salarial e de funcionários na Famema é resultado de uma história colcha de retalhes na estrutura de gestão da instituição.

Formado por três hospitais e pela faculdade de medicina e enfermagem, o complexo é gerido por duas diferentes autarquias estaduais, vinculadas a duas diferentes secretarias do Estado com serviços de duas diferentes fundações em Marília.

Todas as campanhas salariais esbarram na falta de previsão de reajuste no orçamento do Estado. A reorganização do quadro de funcionários anunciada pelo ex-governador Márcio França em ano eleitoral foi revogada quando França perdeu e João Dória assumiu.

Mas a desarticulação também envolve a representação e atuação dos trabalhadores. A Associação não tem poder legal para a negociação e vive repetidos momentos de conflito com o sindicato dos trabalhadores na saúde.

Além disso, as assembleias e encontros para discutir campanha salarial raramente mostram grande representatividade e as últimas convocações de greve foram boicotadas pela maioria dos trabalhadores.