Marília

Funcionários protestam e prometem greve no HC

Funcionários protestam e prometem greve no HC

Funcionários do Hospital das Clínicas ligados à Fumes e Famar fizeram um protesto em frente à instituição na tarde desta quinta-feira e anunciaram greve convocada para o dia 13 de julho em defesa de reajuste de salários, proteção da jornada e das condições de trabalho.

A manifestação foi provocada por nova medida administrativa que muda a jornada de trabalho no hospital. Servidores que cumprem carga de 12horas por 36 de descanso terão a retina alterada para seis horas diárias.

O Sindicato dos Trabalhadores já foi à Justiça pedir liminar para impedir a medida. Ainda não há decisão. O judiciário aguarda manifestação da diretoria do HC, que teria prazo até a tarde de hoje para responder.

Segundo a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores, a medida não foi discutida ou negociada, vai provocar mais gastos e ainda causar grande desgaste. Com salários baixos, muitos trabalhadores aproveitam as jornadas de descanso para manter segunda atividade.

“O anúncio foi feito por notificação para as chefias que chegaram com listas e o funcionário teria que assinar. Em nenhum momento foi utilizado instrumento de democracia através de assembleias ou estudos técnicos. Contraditório dizer que estamos em crise e ao mesmo tempo os gastos trabalhistas vão aumentar”, disse o servidor Marcelo Fabiano, 40, oficial de nutrição.

Segundo ele,  a situação de crise no hospital é antiga e a disposição dos funcionários tem feito a diferença no atendimento, mas não há planejamento para atender a categoria.

“Tivemos 2013, 2014 e 2015 a mesma situação. Cômodo falar que não tem governabilidade mas ao mesmo tempo não manifesta para fazer alguma coisa no sentido de não acontecer a greve e todo o incômodo. Importante que a população entenda que é uma situação que não é de hoje.”

O motorista Arimatea Costa, 50, diz que em momento nenhum houve transparência ou negociação com os servidores. Ele diz que o problema é institucional, estrutural.

“É questão de gestão. O governador falou em auditoria. Queremos ver na prática. Porque aqui aluga-se casas que ficam vazias. Barracões sem utilidade. A faculdade está espalhada na cidade inteira, isso gera ônus e esse ônus quem paga somos nós. Inadmissível ter auxiliar de serviços gerais com salário base de R$ 425,00. Prefeitura, governador, todos têm participação na miserabilidade que está acontecendo aqui.”

A manifestação, que reuniu cerca de 50 trabalhadores e lideranças sindicais, foi considerada uma prévia da greve, convocada pelo impasse nas negociações entre funcionários e a direção do hospital.

A data-base para reajuste da categoria é 1º de junho. As primeiras negociações aconteceram em abril e até hoje não há acordo.

Segundo o dirigente do sindicato em Marília, Aristeu Carriel, no dia 2 haverá assembleia para consolidar a proposta de paralisação dos serviços. 

“Estamos desde abril negociando. Eles dizem que não tem como fazer proposta. Nossa data-base venceu, não tem o que fazer, tem que ir pra greve. Pediram tanto uma autarquização que o governador deu, mas não serviu nada para os trabalhadores. O que a gente espera é que em qualquer mudança alguém tem que fazer alguma coisa. O que precisa é arrumar quem vai ser responsável por isso aqui”, disse.