Marília

Gaeco denuncia famílias de Marília por quadrilha e lavagem de dinheiro com Jogo do Bicho

Dinheiro e documentos apreendidos em Marília durante operação contra JOgo do Bicho
Dinheiro e documentos apreendidos em Marília durante operação contra JOgo do Bicho

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Bauru apresentou na Justiça de Marília as duas primeiras denúncias relacionadas à Operação Sunset e acusa grupos de Marília controlados por duas famílias por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro obtido com Jogo do Bicho.

Deflagrada em novembro de 2020, a Operação cumpriu mandados de busca em diversos endereços das cidades de Marília, Ibitinga, Borborema e Dom Aquino, no estado do Mato Grosso.

As denúncias estão na 1ª e na 2ª varas criminais da cidade, que já acompanhavam inquérito sobre o caso e recentemente rejeitaram pedidos das famílias para liberação de bens apreendidos.

Segundo o Ministério Público apurou, o primeiro grupo denunciado exercia controle de praças do jogo do bicho, especialmente na cidade de Marília e região, e arrecadou quantias expressivas de dinheiro, que não possui qualquer lastro lícito.

“Para procurar ocultar e dissimular a propriedade de diversos bens e valores, especialmente automóveis de luxo, imóveis, propriedade rural e suas respectivas produções, o grupo utilizou diversas técnicas de lavagem de capitais, como a estruturação (Smurfing), a mescla patrimonial (Commingling), a utilização de empresa de fachada (de promoção de eventos e locação), a operação de holding patrimonial, a reinserção de valores na atividade rural, bem como a compra, venda e transferência de bens mediante transações fraudulentas”, diz o Ministério Público.

Ainda, a organização utilizava uma empresa constituída para circular o capital de origem escusa, com a conversão de valores ilícitos no mercado lícito de fornecimento de material para construção e reforma (gesso).

Já o segundo grupo denunciado, que também controlava praças de jogo do bicho em Marília e região é acusado de ocultação e dissimulação da natureza, origem e movimentação de bens e valores por meio das mesmas técnicas de lavagem de dinheiro conhecidas estruturação (Smurfing) e mescla patrimonial (Commingling), além de controlar holding patrimonial familiar proprietária de dezenas de imóveis espalhados por cidades como Marília, Pompeia e Ourinhos.

“Imperioso destacar que o Ministério Público logrou o sequestro de dezenas de propriedades imobiliárias, como casas, apartamentos, terrenos e fazendas, além de joias e outros valores. Ademais, o GAECO também postulou a alienação antecipada de inúmeros automóveis que foram apreendidos quando do cumprimento de mandados de busca.”

As investigações ainda seguem com relação a terceiro grupo que promove a lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho na região de Bauru.