O governador Márcio França anunciou nesta sexta-feira em São Paulo a extensão do reajuste de 3,5% nos salários para todos os quase 2.500 funcionários do Complexo Famema em Marília. O reajuste atende uma crise aberta por injustiça de gestão que provocou reajuste em fevereiro para apenas parte dos trabalhadores.
Os salários vão sofrer correção de 3,5% retroativa a fevereiro. A expectativa é que as diferenças dos salários sejam pagas já com o próximo salário. O vale alimentação também sofre reajuste e passa para R$ 12.
O anúncio já foi comunicado à diretoria da Famema, que prepara um aviso geral sobre a medida e os índices oficiais. O deputado estadual e ex-prefeito Vinícius Camarinha, que fez o anúncio da medida, disse que é uma boa notícia de um começo de medidas que deve envolver o Complexo.
A medida resolve crise aberta pela confusão administrativa que impera no complexo. Mantido por duas fundações, duas autarquias vinculadas a duas diferentes secretarias estaduais, a Famema tem pouco mais de 600 funcionários antigos que na época da estadualização, em 1994, optaram por receber pelo governo do Estado.
Chamados de ‘optantes’, estes trabalhadores não são servidores estaduais mas todos os salários e benefícios acompanham política de pagamentos do governo. Os outros dependem de recursos das duas fundações e acumulam pelo menos quatro anos sem reposição de perdas salariais.
A isonomia salarial entre todos os funcionários ainda depende de outras medidas, como reestruturação administrativa da Famema. Uma das reivindicações mais antigas é a encampação de todos os funcionários pelo governo do estado, de preferência com encampação do complexo por uma universidade estadual.
Há ainda uma investigação do Ministério Público sobre subfinanciamento da instituição. A falta de repasses adequados é apontada como causa para crises nas relações com trabalhadores, manutenção com serviços e atendimento à comunidade, que envolve 62 municípios.