Marília

Greve no Detran tem protesto e crise em autoescolas de Marília

Greve no Detran tem protesto e crise em autoescolas de Marília

Servidores do Detran em greve fizeram nesta sexta-feira uma manifestação na porta do Poupatempo, onde funciona também um posto do departamento.

Números divulgados pelos manifestantes mostram que despencou a liberação de documentos, CNHs, exames e autorizações para aulas de candidatos a tirar habilitação. O movimento fraco no centro de trânsito confirma a queda.

Os servidores, que representam duas categorias dentro do departamento estão em greve depois de três anos sem reajuste de salários. Eles pedem 28% de recomposição da inflação nos três anos. A greve é estadual. O Detran oferece reajuste zero e a abertura de negociação por uma comissão de estudos.

Com a paralisação, o Detran oferece apenas 30% dos serviços na cidade. Renovação de CNHs, que representava em torno de cem documentos por semana, tem apenas 30 desde a greve. Liberação da primeira habilitação caiu de 80 para 25 por semana e licenciamento dos veículos despencou de 200 para 60.

Os números representam crise ainda maior para as autoescolas da cidade. O Detran liberava 200 exames práticos por semana. Agora são 60. Eram feitos 90 exames teóricos. Agora são menos de 30 e esse é um dos casos de maior impacto.

Sem os exames teóricos os alunos nem podem fazer as aulas nas autoescolas, que já ameaçam demitir instrutores. O Giro ouviu duas empresas, que não divulgaram seus nomes.

Uma enviou pedidos de 45 exames e conseguiu liberar apenas 11 até agora. Os outros alunos aguardam. A outra empresa programou cinco exames práticos. Conseguiu fazer dois.

O movimento no centro de trânsito caiu. Em dias normais, o atendimento a partir de 11h representava fila de carros, arquibancadas cheias. O Giro encontrou apenas três veículos, dos quais um foi embora por falta de alunos para os exames e serviços.

Ana Carolina Pereira Schuteze,  delegada regional do Sindcaesp, que representa servidores de cargos administrativos, disse que os servidores entendem a dificuldade para empresas e candidatos, mas que é preciso compreender a situação complicada dos trasbalhadores.

“O salário base na categoria hoje é de R$ 580. Isso é menos que o mínimo. Claro que  os servidores recebem mais, mas este é o valor que define aposentadorias, pensões. São trabalhadores condenados a miséria na velhice e muitos se aproximam da aposentadoria com três anos sem qualquer reajuste.”

Segundo o sindicato, a proposta de formar uma “comissão de análise” dos salários já foi apresentada antes, sem avanço. Grevistas dizem que enquanto nega reajustes, o Detran gasta R$ 3 milhões em publicidade e compra lixeiras de R$ 3.000 cada. “Estamos providenciando panfletos para informar a população, mostrar o motivo de nossa paralisação e todas as informações sobre o Detran”, disse.