O Hospital das Clínicas de Marília divulgou nesta sexta-feira a previsão de triplicar a oferta de cirurgias bariátricas pelo SUS a partir de 2021. Segundo comunicado do hospital, a medida será possibilitada pela ampliação da estrutura de tecnologia e aquisição de novos equipamentos a partir do ano de 2021.
O HC promove em média 50 cirurgias bariátricas por ano nos serviços de Cirurgia Geral e de Cirurgia do Aparelho Digestivo, a capacidade técnica irá passar para 150 cirurgias por ano.
Segundo os dois médicos cirurgiões do aparelho digestivo e responsáveis pelos procedimentos, Roberto Tussi Jr e Iara Alves Coelho Sganzella, o atendimento não está sobrecarregado no momento.
“O paciente passa na primeira consulta e, se tiver com toda a documentação necessária, já é encaminhado para a realização dos exames pré-operatórios, com marcação da data do procedimento já no próximo retorno”, declarou Roberto Tussi. Iara Sganzella acredita que o tempo médio de espera atual é de 30 a 45 dias. “Da primeira consulta até a realização da cirurgia.”
O HCFAMEMA oferece as técnicas cirúrgicas do By Pass Gástrico (no qual reduz-se o tamanho do estômago e há desvio do trânsito intestinal) e do Sleeve Gástrico (mexe-se apenas no estômago, sem desvio do trânsito intestinal). Ambas as intervenções são realizadas por videolaparoscopia.
PROCEDIMENTOS
Para agendar uma cirurgia bariátrica o paciente precisa obedecer aos critérios estabelecidos pelo SUS e estar enquadrado no diagnóstico de obesidade mórbida e das indicações de Cirurgia Bariátrica.
Envolvem informações como Índice de Massa Corpórea – IMC igual ou superior a 40kg/m2, sem comorbidades e que não estejam respondendo ao tratamento conservador (com reeducação alimentar, psicoterapia, atividade física, etc.).
Um tratamento que deve ser realizado durante pelo menos dois anos e com orientação direta ou indireta de equipe de hospital credenciado/habilitado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade ao paciente portador de obesidade.
A cirurgia também pode acontecer nos casos com IMC igual ou maior do que 40 kg/m2 com comorbidades que ameacem a vida; pacientes com IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 portadores de doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela obesidade.
Os dois cirurgiões chamam a atenção para situações que impedem o procedimento, como obesidade decorrente de doença endócrina (Síndrome de Cushing, por causa da hiperplasia suprarrenal) e o respeito aos limites da faixa etária de 18 a 65 anos.
A cirurgia também depende do doente ter a capacidade intelectual para compreender todos os aspectos do tratamento, além de dispor de suporte familiar constante.
A cirurgia exige medidas de prazo indefinido de cuidados após o procedimento e o paciente não deve apresentar alcoolismo ou dependência química e outras drogas, distúrbio psicótico grave ou história recente de tentativa de suicídio.
O paciente ainda passa por médico, psicólogo e nutricionista antes da consulta no ambulatório da cirurgia bariátrica.