Marília

HC de Marília terá dez novos leitos de UTI com disputa política em meio à crise

HC de Marília terá dez novos leitos de UTI com disputa política em meio à crise

O Hospital das Clínicas de Marília deve abrir dez novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atendimento à epidemia de coronavírus em investimento anunciado em meio a novos capítulos da guerra política no momento de lotação de hospitais e agravamento de crise econômica pelas restrições à circulação.

Ainda não foi divulgada data para início da operação dos novos leitos. O HC passara a contar com 40 vagas de UTI e a cidade passaria a ter 70.

Segundo o último balanço de ocupação divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, com números atuais de internação os novos leitos deixariam a cidade com 81% de ocupação de UTIs, ainda alto segundo os critérios do Plano São Paulo.

A expectativa é que a abertura de novos leitos na região possa impactar também os dados dos 62 municípios vinculados à Direção Regional de Saúde e considerados na classificação do governo estadual para as regras de prevenção da epidemia.

Em escalada de casos, óbitos e ocupação hospitalar, a cidade e região têm ainda pressão pela retomada de atividades para conter crise econômica.

Mas a disputa política voltou a aparecer em meio ao anúncio com poucas informações práticas sobre os resultados.

A abertura dos novos leitos foi divulgada inicialmente pelo deputado estadual Vinícius Camarinha (PSB) em um vídeo de encontro com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, gravado na segunda, dia 25.

Vinholi diz na imagem que os leitos foram pedidos pelo deputado diretamente ao governador João Doria no dia 19, na chegada para acompanhar início da vacinação na cidade.

Poucos minutos depois, o prefeito Daniel Alonso divulgou um vídeo para anunciar que ele havia conquistado junto ao governo os dez leitos. Não citou nem o deputado e nem o secretário estadual.

A superintendente do HC Famema, Paloma Libânio, fez também manifestação em que agradece ao deputado e a outros serviços estaduais pela conquista, sem citar nenhum serviço ou autoridade municipal.

A relação conturbada em torno do Hospital já havia sido exposta no dia 18, quando as vacinas chegaram à cidade. Daniel Alonso foi ao HC acompanhar a entrega.

Não recebeu qualquer convite para entrar e esperou a chegada das vacinas ao lado do portão, na chuva, junto a jornalistas.

O prefeito e imprensa ainda receberam informação errada sobre o ponto de chegada das vacinas. Avisados pela PM, correram ao local correto, aonde já estavam a superintendente e o deputado.

O prefeito e o deputado são as principais autoridades políticas da cidade e também adversários nos dois principais grupos políticos da cidade.

Em nenhum momento desde o início da epidemia conseguiram trabalhar juntos por soluções tanto na área da saúde quanto na econômica.