Ex-dirigente da associação de funcionários e ex-representante no conselho de curadores do complexo Famema, o motorista José de Arimatéia Costa Aguiar, 53, disse ao final da manifestação que defende a iniciativa mas que esperava mais da manifestação. Para ele, foi um protesto chapa-branca
Ari, como é conhecido, chegou a participar da ação com um carro de som cedido pelo sindicato dos servidores municipais em discurso contra o arrocho de salários e críticas aos deputados que colocaram faixas na grade do hospital, mas houve divergências com os organizadores do abraço.
“Colocaram a faixa dizendo que funcionários pedem socorro aos deputados. Eu sou funcionário. Eu não to pedindo socorro a deputado nenhum, a partido nenhum. Eu peço socorro a Deus porque só vejo atendimento piorando.”
Ari lembrou contradições do complexo. “Se você olhar estrutura física, só vem crescendo. E não tem leito para SUS, o atendimento está abarrotado.” Para ele o manifesto de hoje serviu a atender uma ala política.
O funcionário criticou também o crescimento do prédio sem estrutura de servidores. “O hospital sozinho não vai a lugar nenhum. Só vai dependendo dos trabalhadores, com boas condições, com material, com boas condições de salario. Porque é o salario que sustenta o trabalho.”
Ari disse ainda que todo o processo de autarquização foi feito à revelia de trabalhadores e alunos, sem participação.
O protesto diz que o HC está morrendo. Quem estaria matando? “Eu quero saber quando foi que o HC realmente nasceu. A política administrativa é dificultosa para a população e o trabalhador. Não vejo dificuldade nenhuma na conjunção das pessoas que administram. O problema tem sido sempre para quem paga as contas, o trabalhador. O governo está criando uma estrutura física para que? De onde vem essa verba? Tem que tirar de algum lugar: tá tirando da educação que está ruim, da doença, dor que a gente vê no PS. Não sou contra os colegas aqui. Sou contra a forma. ”