Saúde mental

HC surpreende e vai transferir serviços de acolhimento a dependentes

HC surpreende e vai transferir serviços de acolhimento a dependentes

O Hospital das Clínicas de Marília vai transferir para o município o atendimento do Caps -AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas). O serviço oferece atendimento a dependentes químicos.

É um acolhimento importante em saúde mental. A forma da mudança, o momento e o curto prazo em meio a uma transição de governos criam várias preocupações, em especial com os pacientes.

A mudança impacta voluntários, pacientes e profissionais que atuam na área. Mensagens a que o Giro Marília teve acesso citam desde a incerteza sobre a estrutura até críticas aos serviços municipais por filas e esperas.

“O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, que hoje está alocado nas dependências do HC, será transferido para administração do município de Marília”, diz a Secretaria Estadual da Saúde. Segundo o órgão, a mudança acompanha orientação de diretrizes de saúde e níveis de atendimento>

A mensagem em resposta ao questionamento do Giro diz que a mudança acontece até o final deste ano, mas não ficou data.

“O município não tem Caps-AD. Estamos angustiados com essa notícia. Compartilho porque estamos todos juntos”, diz uma mensagem de uma profissional do serviço.

Os espaços que o serviço usa vão abrigar atendimentos ambulatoriais a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Há preocupações especiais pelo momento, em transição de governo, que vai exigir a montagem de uma estrutura completa de atendimento para esse público. Será novidade no serviço municipal. Não há, inclusive, previsão de orçamento. Também não há indicação de espaços, equipes, recursos em medicamentos e técnicos.

Reação

Dirce Alicate, coordenadora da Pastoral da Sobriedade em Marília, disse que o serviço do HC sempre foi uma referência. “Pós-pandemia, especialmente. A situação virou um caos, porque o dependente químico e seu familiar perderam um pouco o rumo.”

Integrante do Conselho Municipal Antidrogas, ela diz que a preocupação é a falta de informações sobre estrutura municipal para o serviço, “É preocupante, porque não temos no município, ainda, uma estrutura forte em saúde mental.”

Ela recebeu a mensagem em um grupo de conselheiros. Disse que a reação geral foi de angústia. “Até porque as políticas para combate à dependência, recuperação e tratamento já são complicadas para trabalhar.”

Ainda não teve tempo de procurar a prefeitura, o que deve acontecer em breve.