- O desabafo de uma média que não recebe salários desde o outubro, revelado ontem pelo Giro Marília (CLIQUE AQUI) é apenas a ponta do iceberg na crise de salários e respeito aos trabalhadores nos serviços terceirizados de saúde.
Encargos trabalhistas, salários de todas as categorias e indefinição sobre repasses são problemas acumulados há meses que devem ficar como herança maldita para a nova gestão, a ser iniciada em 1º de janeiro.
A crise só não fica maior porque os trabalhadores têm evitado medidas drásticas, segundo o sindicalista Aristeu Carriel, representante da categoria na região.
Carriel disse ao Giro que pelo menos desde fevereiro tenta acordo para estabilizar a situação na prefeitura, admitiu que a situação dos atrasos é ainda pior para os médicos e disse que o volume da dívida é desconhecido pela entidade.
“Sabemos dos salários. Temos feito assembléias. Inclusive poderia ter começado uma greve nesta quarta, quer não ocorre porque os trabalhadores não quiseram fazer”, explica.
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O salário deveria ter sido pago no quinto dia útil. Já acumula quase dez dias de atraso. Médicos não recebem desde outubro. Os serviços terceirizados envolvem 420 trabalhadores que fazem o atendimento na rede de saúde municipal contratados pela Associação Gota de Leite além de funcionários da UPA da Zona Norte.
“Na UPA repassaram apenas R$ 100 mil e o Hospital Universitário, que é responsável pela gestão completou. Mas a Gota não tem condições de fazer estes pagamentos”, diz o sindicalista.
Mesmo com os salários em dia, o calote no caso da UPA cria um grave acúmulo de dívidas, que já se aproxima de R$ 5 milhões.
“Não é só uma questão de dinheiro. É de gestão, de prioridades. Desde fevereiro estamos discutindo. Agora a administração nem atende mais o sindicato. Você vai lá e os servidores dizem que nenhum secretário está, que não pode atender.”
