Marília

Hospitais protestam; pressionam autoridades e pedem apoio da população

Hospitais protestam; pressionam autoridades e pedem apoio da população

Hospitais filantrópicos de Marília e Pompéia suspenderam diversos atendimentos nesta terça-feira em protesto que reforçou em nível nacional uma mobilização para pressionar o aumento de repasses do SUS (Sistema Único de Saúde).

Mobilizações internas também já foram feitas, bem como a busca de apoio político junto a prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, MP (Ministério Público) e toda a sociedade.

Um abaixo-assinado coleta na internet apoio de moradores para as demandas dos hospitais que apontam necessidade de repasses anuais de R$ 17 bilhões para cobrir os custos de manutenção dos serviços. O documento pode ser acessado na página oficial.

O movimento nacional é coordenado pela CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas) e conta com o apoio da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo).

A mobilização em todo o país envolve 1.800 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos em todo Brasil. Instituições que não puderam paralisar esses atendimentos também fazem o ato, como o uso de camisetas pretas por parte dos colaboradores, panfletagem, entre outras ações de protesto.

Santa Casa de Marília, HBU (Hospital Beneficente Unimar), Maternidade Gota de Leite, HEM (Hospital Espírita de Marília) e Santa Casa de Pompeia se uniram para promover manifestações em âmbito regional.

Na Santa Casa de Marília foram desmarcados procedimentos ambulatoriais, a serem remarcados em outras datas. O HBU (Hospital Beneficente Unimar) suspendeu 50% das cirurgias eletivas que estavam previstas para este dia 19 de abril.

A Maternidade Gota de Leite, paralisou os atendimentos eletivos (puerpério, puericultura, teste da orelhinha e consultas nutricionais). O HEM (Hospital Espírita de Marília) reiterou a importância da realização da mobilização nacional por melhorias aos hospitais filantrópicos. A Santa Casa de Pompeia suspendeu as cirurgias eletivas previstas para acontecer neste dia 19 de abril.

A iniciativa faz parte do movimento nacional “Chega de Silêncio!”, promovido pela CMB e que tem como objetivo alertar a sociedade civil e os três poderes nas esferas municipais, estaduais e federal, sobre a maior crise financeira enfrentada pelo setor filantrópico.

A dívida já chega a mais de R$ 20 bilhões e o alerta se agrava com projeto de lei em tramitação na Câmara, que institui o piso salarial da enfermagem, porém, sem indicação de fonte de financiamento. Se aprovado, terá impacto estimado em R$ 6,3 bilhões ao orçamento dos hospitais.