Influência nordestina na região terá grande evento em Bauru e escritor de Marília como referência

Um grande evento com uma semana de atividades em Bauru, terá um escritor baiano radicado em Marília como referência e várias décadas de confluência cultural de nordestinos e mineiros no Oeste Paulista. O Segundo Colóquio Bahiano-Tietê: Arte e Cidade, vai oferecer shows, plaestras e exposição gratuitas que toda a região merecia e precisava ver.

A programação diversificada é resultado de uma proposta que vai muito além do evento em si e lança o Projeto Bahiano Tietê com proposta de conteúdo colaborativo, aberto para possíveis participações, tanto em texto, como fotos, vídeos, artigos e etc, a serem divulgados em um portal na internet – acesse aqui -.

Para isso o colóquio terá música, palestras temáticas com professores universitários, artistas, produtores, técnicos e gestores culturais e a Exposição Bahiano Tietê e uma semana de atividades entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro.

Dá continuidade ao primeiro colóquio, realizado em junho, que abordou paisagem, história e documentação. Acompanha relatos que ganharam visibilidade com as histórias e memórias em torno da produção do escritor e alfaiate Osório Alves de Castro.

Baiano, ele produziu em Marília os livros Porto Calendário, ganhador do prêmio Jabuti de 1962; Maria Fecha a Porta Prau Boi não Te Pegar, e Bahiano-Tietê, publicado de forma póstuma, com a trama que dá o tema ao evento.

São obras importantes para um fenômeno de migração mais antigo, com mais de cem anos. O escritor e jornalista João Gumes descreve isso no livro “Sampauleiro”, escrito entre 1917 e 1929, mais de 30 anos antes de Porto Calendário ser publicado.

Osório, nascido em 1901, em Santa Maria da Vitória, na Bahia, mudou-se ainda jovem para o sudeste mas com a memória da cultura, tratos, enredos políticos e culturais das cidades à beira do São Francisco, passando por Bauru, Lins e Marília.

Faleceu em 1978, em Itapecerica da Serra. Dá nome ao Concurso de Contos da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), que em 2023 está em sua 3ª edição.

 “Partindo do pressuposto de que a nossa sociedade está em constante formatação, buscamos através das histórias escritas e também as oralidades preservar e divulgar o nosso patrimônio material e imaterial existente da região noroeste do estado de São Paulo e que guarda elementos vinculados às expressões culturais originárias do vale do médio rio São Francisco”, diz o músico Josiel Rusmont.