Marília

“Isso aqui parece o Iraque”, diz morador na zona sul

“Isso aqui parece o Iraque”, diz morador na zona sul

Moradores do bairro Nova Marília 4, provavelmente o mais atingido pela temporal da terça-feira em Marília, esperam suporte do poder público para conseguir retomar suas vidas.Telhas, móveis, paredes foram perdidas com a chuva e o trabalho desta quarta foi de limpeza. “Isso parece aquelas imagens do Iraque, de bombardeio”, disse um morador.

O resultado é que todas as ruas apresentam montes de entulho, gente varrendo, pessoas em cima dos telhados ajeitando material que sobrou. Terra, galhos e fios caídos são cenas comuns em praticamente todas as ruas do bairro, que tem ainda casas desabitadas, em conclusão, a poucos metros de telhados desfeitos.

Diversas equipes do Centro de referência em Assistência Social percorreram as ruas pela manhã para cadastrar famílias e fazer levantamento dos danos. Os moradores com maior urgência foram orientados a procurar o centro de atendimento formado no Ginásio do Clube dos Bancários, mas as famílias acumulam outros problemas comuns: filhos pequenos, falta de transporte, falta de dinheiro para ir buscar ajuda.

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Colchões sujos e molhados, móveis desfeitos, coberturas perdidas são problemas em praticamente todas as casas. A cada parada de veículos da assistência rodas de moradores com problemas eram formadas em torno das equipes.

A arquiteta Valéria Viana, secretária municipal de Planejamento Urbano, acompanhou o trabalho e disse que a prioridade é encontrar casas com risco de desabamento ou famílias em maior situação de vulnerabilidade, com feridos ou crianças em situação de risco.

Falta de energia – há ainda muitos pontos de fiação rompida e caída nas calçadas – e falta de água são preocupações extras para os moradores. Além de ampliar o sofrimento das famílias, são problemas que dificultam a limpeza e recuperação das casas.

Toda a zona sul da cidade apresenta muitos pontos de sujeira, galhos, restos de árvores e telhas nas ruas. As avenidas João Ramalho e Durval de Menezes, corredores comerciais, mostram ainda as marcas do temporal em toldos e luminosos torcidos ou derrubados.

Na escola Antonio Moral, onde muros e cobertura da quadra caíram, os danos viraram atração para crianças. Janelas quebras, restos de blocos no chão atraem curiosidade. Em muitos pontos carros e ônibus serpenteiam para desviar de galhos e restos nas ruas. Não há previsão de encerramento dos trabalhos de limpeza.