Uma “janela” para que vereadores – assim como deputados estaduais e federais – troquem de legenda sem ferir a lei de fidelidade partidária, pode mudar nos próximos dias o número e a divisão de poder entre partidos na Câmara de Marília.
É um trabalho de bastidores, com negociação e pressão que não escolhem lado. Governistas e oposição estão nas listas de convites para troca de legendas. E por isso mesmo nenhum deles trata abertamente de seu interesse em divulgar a mudança, mas já há partido organizando ato público para divulgar a transferência.
Com 13 cadeiras, a Câmara de Marília tem hoje dez partidos. O PR (Partido da República) tem três vereadores – Luiz Nardi, Sílvio Harada e Samuel da Farmácia. O PSC (Partido Socialista Cristão), tem dois: SÔnia Tonin e Marcos Custódio. Outros oito tem têm apenas um: PSB (Herval Seabra), PT (Cícero do Ceasa), PHS (José Bássiga), PDT (Expedito Capacete), PSL (José Menezes), PSD (Marcos Rezende) , PSDB (Wilson Damasceno) e PTB (Mário Coraíni Jr).
A janela será provocada por uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) a ser publicada pelo Senado. A PEC é esperada por políticos em todo o país, incluindo alguns prefeitos da região, e há uma forte movimentação de bastidores para negociar mudanças e apoios que vão influenciar as eleições deste ano.
O troca-troca de partidos interfere em coligações, cálculos de quantidade para votos nos partidos, lançamento de candidaturas e conquistas de fatias do poder de forma geral. Apesar de o prazo para novas filiações a partidos ficar aberto até o dia 2, quem já tem mandato deve fidelidade ao partido.
Fugir de partidos e lideranças desgastados, aproveitar novas lideranças de partidos diferentes e tentar estruturas partidárias que tornem mais fácil a reeleição são os fatores que mais atraem políticos para as mudanças.
Ou seja, em caso de troca os vereadores poderiam perder o mandato, que juridicamente é atribuído às legendas. A PEC deve abrir um prazo curto – até 30 dias – para que os políticos já com cargos façam estas trocas sem perder seus cargos.
O troca-troca pode influenciar também a vida de quem não é candidato ainda mas pretende fazer sua filiação. Isso porque partidos com mais figurões e vereadores em busca de reeleição podem afastar bons candidatos que serviriam apenas como escada para a reeleição.